ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
SETEMBRO, TERÇA  10    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Porteiro morto em acidente fazia o mesmo trajeto há 28 anos, conta a família

A moto em que Ailton José de Arruda estava foi atingida pela condutora de um carro, após a mulher furar sinal

Por Bruna Marques e Geniffer Valeriano | 02/01/2024 09:26
Foto de Ailton no celular da filha Tainara (Foto: Henrique Kawaminami)
Foto de Ailton no celular da filha Tainara (Foto: Henrique Kawaminami)

O porteiro Ailton José de Arruda, de 49 anos, que morreu na tarde desta segunda-feira (1), após ter sua motocicleta atingida por um carro, no cruzamento das ruas Rui Barbosa e Dolor Ferreira de Andrade, fazia o mesmo trajeto há 28 anos. Esse era o caminho percorrido por ele para chegar até o edifício em que trabalhava, na Rua Eduardo Santos Pereira, no Bairro São Francisco, em Campo Grande.

A filha de Ailton, Tainara Maciel, 28 anos, conversou com o Campo Grande News nesta manhã, na capela da Pax Universo, onde ocorre o velório do homem. Ela conta que desconfiou que alguma coisa havia acontecido quando os colegas de trabalho do pai ligaram para informar que ele não chegou para trabalhar.

“Ele entrava 14h no trabalho. Depois que recebemos a ligação eu fiz o trajeto que ele costumava fazer, mas não encontrei nada. Na hora, imaginei que tinha acontecido algo. Fui na Santa Casa e lá me disseram que tinha dado entrado um homem desconhecido, vítima de acidente de trânsito. Mostrei uma foto dele e eles confirmaram”, relembra Tainara.

Após tomar conhecimento que o pai havia morrido, Tainara foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e depois no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) fazer o reconhecimento do corpo.

Até agora, a família não sabe quem foi a mulher que causou o acidente. “Na delegacia só fizeram o boletim de ocorrência para liberar o corpo. Eu não tive tempo de ver o que aconteceu, ou se foi feita alguma coisa na polícia de trânsito, mas vamos atrás da justiça, porque ela estava errada. A morte do meu pai não pode ficar impune, espero que a justiça seja feita e que não seja apenas mais uma morte no trânsito”, disse.

Segundo Tainara, Ailton demorou para ser identificado porque no momento do acidente estava apenas com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) digital e com a colisão o aparelho celular quebrou.

A filha conta ainda que Ailton teve uma parada cardiorrespiratória ainda no local do acidente, foi reanimado e chegou intubado no hospital. “Lá ele teve outra parada. E não conseguiram mais reanimar”, lamentou.

Ailton deixou a esposa de 42 anos, a filha biológica Tainara, uma filha de criação e cinco netos. Tainara disse que o pai se foi, mas que era um homem muito querido por todos.

"Ele sempre foi responsável, sempre trabalhador, sempre muito honesto e infelizmente isso aconteceu enquanto ele estava indo trabalhar. Histórias de momentos bons é o que não irá faltar para contarmos", finalizou Tainara.

O velório de Ailton começou na madrugada desta terça-feira (2) e termina às 15h. O sepultamento será 16h no Cemitério Parque de Campo Grande, na Avenida Senador Filinto Müller, no Bairro Pioneiros.

Ailton sendo socorrido pelo Samu (Foto: Alex Machado)
Ailton sendo socorrido pelo Samu (Foto: Alex Machado)

Acidente - Imagens de câmera de segurança de um estabelecimento comercial registraram o momento da colisão. Ailton seguia em uma Honda CG Titan KS pela Rua Dolor Ferreira de Andrade, quando foi surpreendido pela condutora do Fiat Toro que desrespeitou o sinal vermelho na Rua Rui Barbosa.

Com o impacto, o motociclista foi lançado a metros de distância, parando na calçada. Equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionada e ao chegar no local o motociclista, que sofreu politraumatismo, estava inconsciente.

Devido à gravidade do acidente, uma unidade de resgate com suporte avançado também foi acionada e o motociclista precisou ser intubado. Ele foi encaminhado ao pronto-socorro da Santa Casa, onde teve o óbito confirmado por uma equipe de médicos.

Bastante nervosa, a motorista da picape não deu detalhes do acidente, alegou apenas que não percebeu de onde a “moto surgiu”. Ela foi submetida ao teste de alcoolemia que não apontou ingestão de álcool.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias