Prefeito da Capital vai à Justiça contra greve e ameaça demitir médicos
A Prefeitura de Campo Grande ingressou ontem ( 5), no Tribunal de Justiça, com uma ação declaratória preventiva para evitar a greve dos 1,4 mil médicos da rede municipal a partir de amanhã. O prefeito declarou hoje em entrevista que poderá punir os servidores grevistas com corte de ponto e até demissão.
O procurador geral do Município, Fábio Castro Leandro, explicou tratar-se de uma ação preventiva, uma vez que o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS) já comunicou a decisão ao Executivo com antecedência. "Queremos evitar o início da greve. Se a decisão sair depois, pedimos a suspensão da paralisação", reiterou.
Segundo Fábio Leandro, a Prefeitura não tem condições, neste momento, de oferecer qualquer reajuste aos servidores, considerando que o Executivo poderia sofrer punições da União se extrapolar o limite de gasto com a folha de pagamento conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 54% da Receita Corrente Líquida (RCL). Em março o gasto chegou a 52,5% da RCL, muito próximo do limite.
O prefeito Gilmar Olarte declarou em entrevista, na hora do almoço, que se os médicos paralisarem as atividades vão ter o ponto cortado e, se insistirem na greve poderão ser demitidos. As declarações foram dadas no programa da FM Cidade 97.
O secretário municipal de Saúde Jamal Salem se recusou a falar sobre a posição do prefeito para evitar a greve. “Continuo dialogando com a categoria como forma de convencê-los a não parar o atendimento”, afirmou ele, que fez questão de esclarecer que é a Procuradoria Geral do Município (PGM) quem responde pela ação judicial.
Neste cenário, a greve dos médicos deve começar amanhã em Campo Grande. Segundo o presidente do SinMed/MS, Valdir Shigueiro Siroma, foi feita reunião na tarde de ontem, mas o quadro de reajuste zero segue inalterado. “O Jamal nos chamou para reunião, ficamos no aguardo de contraproposta, mas apenas disse que estava tentando. Até o presente momento não retornou a ligação”, afirma Siroma.