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Capital

Prefeitura e Polícia Civil iniciam ação para entrar em imóveis abandonados

Flávia Lima | 15/12/2015 12:24
Policial Civil oferece apoio a equipes da prefeitura durante entrada em imóveis abandonados. (Foto:Marcos Ermínio)
Policial Civil oferece apoio a equipes da prefeitura durante entrada em imóveis abandonados. (Foto:Marcos Ermínio)
Agente recolhe material em fosso que se transformou em criadouro do mosquito. (Foto:Marcos Ermínio)
Agente recolhe material em fosso que se transformou em criadouro do mosquito. (Foto:Marcos Ermínio)

A obra inacabada de um prédio de três andares, localizada na Rua Abrão Julio Rahe, foi um dos primeiros alvos da prefeitura, que começou a entrar nos imóveis abandonados através de liminar concedida pela Justiça, na semana passada.

Participaram da ação, equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Polícia Civil, através da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), responsável pela instauração de inquéritos quando forem constatadas irregularidades.

Segundo o secretário de Saúde do município, Ivandro Fonseca, a obra vistoriada na manhã desta terça-feira (15), teve sua construção iniciada há 26 anos, mas há pelo menos seis, está sem uso. De acordo com ele, o local chegou a ser utilizado por um período pelo Corpo de Bombeiros, que realizava treinamentos.

A entrada no local das equipes da prefeitura deu uma sensação de alívio para a diretora de uma escola particular, situada ao lado do prédio. Indignada, Lídia Paniago conta que a área nunca sofreu qualquer tipo de vistoria ou intervenção e se preocupava com os focos que poderiam existir na obra.

“Tenho três professoras afastadas por dengue na escola. Temos pelas crianças, que são pequenas”, ressalta. A escola conta com 60 alunos com idades entre zero e cinco anos.

E o temor da diretora se confirmou. Durante a vistoria, os técnicos localizaram um fosso de elevador que se transformou em um imenso criadouro do mosquito Aedes aegyupti. Devido ao acúmulo de água das chuvas, o local estava repleto de larvas e até alguns mosquitos mortos.

Nas demais dependências do prédio abandonado há restos de entulhos, ferros retorcidos, lonas plásticas, que também acumulam água e vários utensílios de plásticos jogados em meio ao mato que toma conta da obra.

De acordo com o delegado da Decat, Wilton Vilas Boas de Paula, como a obra já foi autuada e notificada em ações passadas, o próximo passo será materializar as provas encontradas para autuar o responsável por crime ambiental. Como não houve flgrante, ele responderá ao processo em liberdade, além de pagar multa estipulada pelo juiz.

No entanto, a Semadur e a Vigilância Sanitária também aplicarão multas que podem chegar a R$ 15 mil. O prefeito Alcides Bernal, (PP), que acompanhou a operação, ressaltou que a prefeitura “declarou guerra” ao mosquito e, por isso, a ordem é entrar em todos os imóveis, já que, segundo o último Lira, mais de 80% dos focos estão justamente dentro de residências.

“Estamos encontrando dificuldades em casas onde o morador não permite a vistoria do agente, mas estamos conversando e mostrando os riscos da dengue, zika e chikungunya”, afirma.

O secretário de Saúde, enfatizou a preocupação de entrar em todos os imóveis, especialmente nos de difícil acesso. Ele explica que na Capital existem 370 mil imóveis, sendo que dois mil estão fechados, pertencem a imobiliárias ou estão abandonados.

“Desse total, 20% oferecem risco em potencial devido a criação de focos”, explica. A meta é visitar pelo menos 40 imóveis por dia. No casos onde houver cadeados ou fechaduras, como na obra da Abrão Júlio Rahe, um chaveiro irá oferecer suporte, possibilitando a entrada das equipes.

Prefeito Alcides Bernal acompanha trabalho de agestes de saúde. (Foto:Marcos Ermínio)
Prefeito Alcides Bernal acompanha trabalho de agestes de saúde. (Foto:Marcos Ermínio)
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