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Capital

Prefeitura emite alerta para vírus da família do Ebola, de alta letalidade

Vírus de Marburg é da mesma família do vírus do Ebola, em predomínio no continente africano

Gabriela Couto | 03/10/2021 09:49
Imagem microscópica do vírus de Marburg registrado no continente africano (Foto Divulgação)
Imagem microscópica do vírus de Marburg registrado no continente africano (Foto Divulgação)

A Prefeitura de Campo Grande emitiu alerta às equipes de saúde para a doença do vírus de Marburg. O CIEVS-CG (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Campo Grande) enviou comunicado para os profissionais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para prestarem atenção ao novo vírus, altamente infeccioso, que causa febre hemorrágica.

O comunicado foi enviado às equipes no sábado (2). O que se sabe até o momento é que o vírus de Marburg é da mesma família do vírus do Ebola e está predominando no continente africano. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), em surtos anteriores, apresentou taxa de letalidade de até 88%.

Por ter um diagnóstico clínico difícil de diferenciar de outras doenças febris devido às semelhanças nos  sintomas no início da doença, como vírus Ebola, malária, febre tifoide, leptospirose, infecção por riquetsiose e peste, algumas orientações foram repassadas.

No documento, assinado pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), são repassadas informações sobre riscos à saúde, com o objetivo de comunicar as áreas responsáveis e embasar mudanças de comportamentos ou a implementação de medidas.

O Ministério da Saúde recomenda que, em qualquer caso suspeito da doença, o responsável pelo paciente precisa notificar de forma imediata as autoridades de vigilância em saúde. Um telefone foi repassado para as equipes, com um formulário para ser preenchido. Não há caso de doença do vírus de Marburg registrado no Brasil até o momento.

Marburg - O vírus foi identificado pela primeira vez em 1967 e em 2021, a OMS confirmou surto da Doença do vírus de Marburg no sudoeste da Guiné, incluído uma morte pelo vírus. Em 16 de setembro de 2021 foi decretado o fim do surto.

A clínica da doença começa abruptamente, com febre alta, dor de cabeça severa e mal-estar grave. As dores musculares são uma característica comum. Já a diarreia severa, dor abdominal e cólicas, náuseas e vômitos podem começar no terceiro dia.

O aparecimento de pacientes nesta fase foi descrito como semelhantes a “fantasmas”, olhos profundos, rostos sem expressão e letargia extrema. Muitos pacientes desenvolvem manifestações hemorrágicas graves dentro de 7 dias, e os casos fatais geralmente tem sangramento, muitas vezes de múltiplas áreas.

A infecção humana com a MVD resulta inicialmente da exposição prolongada a minas ou cavernas habitadas por colônias de morcegos Rousettus. Uma vez que um indivíduo é infectado o vírus Marburg pode se espalhar por transmissão humano-humano, por meio do contato direto (pele ou mucosas) com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de pessoas infectadas, e com superfícies e materiais (roupas de cama, roupas) contaminados com esses fluidos ou animais selvagens (macacos e morcegos frugívoros).

Prevenção -  Os profissionais de saúde que cuidam de pacientes suspeito ou confirmado devem aplicar precauções padrão e de prevenção e controle de infecção com base na transmissão para evitar qualquer exposição a sangue e/ou fluidos corporais, bem como o contato desprotegido com os agentes possivelmente contaminados no ambiente.

O contato físico próximo deve ser evitado e qualquer suspeito deve ser imediatamente transferido para uma unidade de saúde para tratamento e isolamento. Também foi orientado manusear os animais selvagem com luvas e outras roupas de proteção adequadas, cozinhar bem os produtos de origem animal antes do consumo e evitar o consumo de carne crua.

Durante atividades de trabalho ou pesquisa ou visitas turísticas em minas ou cavernas habitadas por colônias de morcegos frugívoros, as pessoas devem usar luvas e outras roupas de proteção adequadas (incluindo máscaras).


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