ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  21    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Prefeitura investe em hospital mesmo com leitos prontos, critica deputado

Deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) cita hospitais com vagas disponíveis na Capital

Por Caroline Maldonado | 01/11/2024 12:36
Imagem do projeto do Hospital Municipal de Campo Grande (Foto: Divulgação/Prefeitura)
Imagem do projeto do Hospital Municipal de Campo Grande (Foto: Divulgação/Prefeitura)

O projeto de construir um Hospital Municipal de Campo Grande é uma boa ideia, mas não resolve o problema urgente de filas para cirurgias e exames, e por isso não faz sentido na avaliação de parlamentares que têm questionado a Prefeitura da Capital com relação ao projeto. Além de uma ação popular movida pelo vereador André Luís Soares, o “Prof. André” (PRD), a prefeitura enfrenta críticas de outros parlamentares.

A prefeitura prevê fechar um tipo de contrato pelo qual a empresa que vai construir o prédio receberá um aluguel para mantê-lo e, mais tarde, o local será incorporado ao patrimônio público no bairro Chácara Cachoeira. A entrega da obra na Rua Augusto Antônio Mira, com investimento de R$ 210 milhões da iniciativa privada, está prevista para até julho de 2026.

O deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) já levantou o tema em plenário e alerta para o fato de que o custo do projeto será muito elevado, enquanto há hospitais da cidade querendo ofertar leitos para resolver o problema urgente de filas para atendimento.

Ex-secretário de Finanças e Planejamento da Capital, o deputado destaca como exemplo a Santa Casa e o Hospital Adventista do Pênfigo, que tem capacidade de atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde), bastando a prefeitura contratar novos leitos.

O custo estimado no projeto é de aluguel de R$ 5 milhões por mês durante 20 anos, que a prefeitura pretende pagar a empresa que fará a obra. Fazendo os cálculos, Pedrossian considera o mínimo de R$ 10 milhões por mês para o funcionamento, o que pode gerar um custo aproximado de R$ 2,4 bilhões aos cofres públicos, nas duas próximas décadas.

Deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Os parlamentares não são contrários ao projeto, mas questionam a forma como está sendo planejada a obra e o fato de haver leitos já disponíveis para atender a demanda urgente.

“Tem essa capacidade; você pega, por exemplo, lá no Hospital do Pênfigo, um hospital imenso que está praticamente desocupado e poderia, de fato, ser já imediatamente o Hospital Municipal de Campo Grande se a prefeitura quisesse fazê-lo, ou seja, seja você não precisa construir necessariamente um prédio nesse momento”, comenta Pedrossian.

Apesar de não fazer parte da prefeitura, o deputado afirma que as contas que têm sido expostas indicam que o cofre público não tem capacidade para tirar o projeto do hospital do papel.

“Se você for perguntar a opinião pública ‘você quer um hospital?’ As pessoas vão dizer ‘claro que eu quero um hospital’, mas se você analisar tecnicamente o projeto, não é isso que está sendo colocado e vai demorar muito tempo para isso ficar pronto, no mínimo quatro anos haja vista, por exemplo, o Hospital do Trauma quanto tempo demorou. Então, eu acho que esse modelo aqui dá para fazer antes e tal 20 anos, mas na realidade nós precisamos de leitos e têm hospitais que podem oferecer”, explica Pedrossian.

À Justiça, o vereador André pediu a suspensão da licitação para construção do hospital, mas o pedido foi negado e o processo segue tramitando em primeira instância.

O parlamentar alega que falta de estudo de impacto de vizinhança, haverá aumento de despesas sem previsão na LOA (Lei Orçamentária Anual) e o início da obra ocorrerá no final do mandato da prefeita, em período de campanha eleitoral em que ela busca a reeleição, o que pode contrariar a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Leitos - O Hospital Adventista do Pênfigo informou que tem hoje 30 leitos disponíveis para atendimento imediato, que já podem entrar em funcionamento, necessitando apenas do suporte em Recursos Humanos e equipamentos.

"Além disso, há um projeto de expansão para mais 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em trâmite na Vigilância Sanitária e, após essa construção, há ainda a possibilidade de negociação para disponibilizar até 50% da segunda unidade do Hospital Adventista, que hoje atende somente convênios", detalha a nota enviada pela assessoria do Hospital Adventista do Pênfigo.

Projeto - Segundo estimativa da Sesau, serão realizadas mensalmente 1.500 internações, 1.000 cirurgias, 2.500 atendimentos de pronto atendimento, 13.500 consultas médicas e 13.500 exames de imagem. O hospital contará com 259 leitos, sendo 49 de pronto atendimento, 20 leitos CTI (10 pediátricos e 10 adultos) e 190 leitos de enfermaria (60 pediátricos, 60 adultos para homens e 70 adultos para mulheres). Terá UTI para adultos e pediátrica, 10 salas de cirurgia, 53 consultórios e 19 salas de exame, incluindo audiometria, eletrocardiograma, eletroencefalograma, eletroneuromiografia, ecocardiograma, ergometria, hemodinâmica, mamografia, radiografia, ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia, endoscopia e colonoscopia.

A reportagem solicitou posicionamento à Prefeitura de Campo Grande e a Sesau alega que enviou ofícios aos hospitais solicitando ampliação temporária da oferta de leitos, porém, todas as instituições consultadas informaram indisponibilidade no momento.

"Diante desse cenário, a Sesau investe na estratégia municipal de inclui melhorias constantes nos processos de atendimento e dimensionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), nos Centros Regionais de Saúde (CRSs) e nas Unidades de Saúde da Família (USFs), para otimizar a capacidade de resposta à demanda de pacientes", diz a nota da secretaria.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias