Prefeitura reduz salários e corta 30% de gratificações para cargos comissionados
Marquinhos cortou o salário dele mesmo, da vice-prefeita, dos secretários e adjuntos do Executivo municipal
O prefeito Marquinhos Trad fecha a terça-feira anunciando uma das primeiras medidas de redução de gastos públicos o em Campo Grande. Disse que vai publicar decreto cortando 30% dos salários dele mesmo, da vice-prefeita, dos secretários e adjuntos do Executivo municipal.
Também resolveu reduzir em 30% os valores pagos em gratificações por dedicação exclusiva e funções de confiança. "É uma decisão difícil. Mas estamos cortando primeiro quem tem um suporte maior, um salário maior", pontuou Marquinhos Trad.
A medida vale, inicialmente, por 90 dias, para os funcionários da prefeitura com funções gratificadas. Mas ficam de fora servidores da Saúde, Segurança, Assistência Social e demais profissionais que estão na força-tarefa contra o coronavírus e seguem recebendo normalmente.
Segundo Marquinhos, com essa medida, a prefeitura espera economizar o suficiente para equilibrar "um pouco as contas. Estamos sofrendo um impacto muito grande. Mas estamos fazendo de tudo para não demitir".
Mesmo assim, o prefeito diz acreditar que não será possível evitar futuros cortes. "A receita tem caído assustadoramente. Temos entre 45% e 50% a menor que em outros períodos", informou.
Segundo o prefeito, a situação só será revertida caso o governo federal ajude. "Só assim vamos poder ficar sem tocar nas remunerações dos 27 mil funcionários públicos do município, ativos e inativos", avisou.
Em queda- Hoje cedo o prefeito já havia antecipado ao Campo Grande News a possibilidade de cortes.
A redução na receita ocorre também porque o município suspendeu por 15 dias, até 6 de abril, a obrigatoriedade no pagamento de ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Nesta semana, encaminhou projeto à Câmara para isentar também a Cosip (Contribuição para custeio do Serviço de Iluminação Pública) à população beneficiada pela tarifa social.
Outra queda foi na cota-parte do município em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), repassada pelo governo estadual, que caiu de R$ 10 milhões nas duas primeiras semanas de março para R$ 6,7 milhões na quinzena inicial de abril.
De IPTU, cujo vencimento foi ontem, a previsão de acumular R$ 9 milhões este mês foi frustrada em cerca de um terço, uma vez que entraram só R$ 6,3 milhões.