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Capital

Prefeitura segue sem saber onde estão vacinas e não acha doses para comprar

João Humberto e Alberto Dias | 25/05/2016 17:26
Vacinação em grupos que não são de risco é um dos fatores que podem ter colaborado para o sumiço das vacinas para aplicação em quem precisava (Foto: Kleverton Velasques/Arquivo)
Vacinação em grupos que não são de risco é um dos fatores que podem ter colaborado para o sumiço das vacinas para aplicação em quem precisava (Foto: Kleverton Velasques/Arquivo)

A Prefeitura de Campo Grande continua sem saber o paradeiro de pelo menos 3,1 mil doses que deveriam ser utilizadas para vacinar grupos prioritários contra a gripe H1N1 – também conhecida como gripe A ou suína – e simplesmente desapareceram dos postos de saúde. Informação encaminhada via e-mail pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) ao Campo Grande News, nesta quarta-feira (25), é de que não há vacinas disponíveis na rede pública, que ainda não existe conta fechada a respeito e que sem essa conta fica impossível determinar se e quais grupos prioritários serão contemplados.

De acordo com a assessoria de comunicação da Sesau, a Prefeitura de Campo Grande está trabalhando para adquirir vacinas, no entanto os laboratórios estão com estoque zerado. Mesmo assim, o Executivo reitera que há vacinas suficientes para a segunda dose em crianças de até dois anos e um lote separado especificamente para presos e agentes penitenciários.

No e-mail encaminhado à reportagem, a Sesau diz que a prefeitura atingiu índice de 93,59%, superando a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 80%. Neste ano, no entanto, a cobertura vacinal ficou abaixo da registrada em anos anteriores, de acordo com estatísticas da secretaria.

Até sexta-feira (20), no último dia da campanha nacional, 188 mil doses haviam sido recebidas pela Capital, quando mais oito mil, destinadas aos presidiários e agentes penitenciários, chegaram.

Deste total de 196 mil vacinas, além das oito mil da população carcerária, dez mil vacinas devem ser aplicadas nas crianças, que precisam tomar a segunda dose, para que a imunização seja completa. As 3.166 continuam ‘perdidas’.

Em contrapartida, o secretário-adjunto de Saúde de Campo Grande, Victor Rocha, afirmou na manhã de hoje, durante lançamento de pacote de obras em evento no bairro Zé Pereira, que “não existem vacinas perdidas”, pois o caso está sendo investigado por meio de sindicância.

Questionado sobre se as dez mil doses separadas para a segunda aplicação em crianças acabarem faltando em decorrência da imunização em quem não está inserido no grupo prioritário, o secretário-adjunto simplesmente respondeu que “a prefeitura passou orientação para toda a equipe que fossem vacinadas apenas pessoas do grupo elencado”.

O secretário de Saúde de Campo Grande disse que envio de menos doses pode ser consequência da falta de vacinas; informação é rebatida (Foto: Vanessa Tamires/Arquivo)
O secretário de Saúde de Campo Grande disse que envio de menos doses pode ser consequência da falta de vacinas; informação é rebatida (Foto: Vanessa Tamires/Arquivo)

Menos doses - Ivandro Fonseca, secretário municipal de Saúde, disse nessa semana que a diferença de doses pode estar relacionada ao envio de frascos, pelo Ministério da Saúde, de oito doses em vez de dez. Essa informação é rebatida pelo Instituto Butantan, responsável pela fabricação das vacinas.

Conforme Ivandro, a noção exata quanto ao número de vacinas que restam na rede pública de saúde seria repassada nesta quarta-feira pela Sesau. No entanto, como a secretaria informou: os estoques estão zerados.

Sobre a vacinação em grupos que não são de risco, a prefeitura mantém a opinião de que isso não aconteceu e não acontece. Contudo, equipe do Campo Grande News, foi vacinada num posto na última sexta-feira.

Para o secretário-adjunto de Saúde de Campo Grande, perda ‘relativa’ dos frascos foi pequena em relação ao total de vacinas recebidas (Foto: Alcides Neto)
Para o secretário-adjunto de Saúde de Campo Grande, perda ‘relativa’ dos frascos foi pequena em relação ao total de vacinas recebidas (Foto: Alcides Neto)

Até mesmo um membro do Conselho Municipal de Saúde entrou em contato com a redação e afirmou ter recebido tratamento prioritário quando foi se vacinar no posto do bairro Coronel Antonino. Ele alega que uma geladeira estava cheia de vacinas e os funcionários da unidade diziam à população que as doses tinham se esgotado.

Mais doses - A Sesau ainda informa que solicitou ao governo do Estado o envio de mais de 36 mil doses, sendo que seis mil serão para a imunização dos professores e servidores da educação, conforme preconiza a lei estadual e municipal, admite o órgão.

De acordo com a Sesau, a perda ‘relativa’ dos frascos foi pequena em relação ao total de vacinas recebidas pelo município.

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