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Capital

Prefeitura vai investigar concursados e dobrar os plantões dos temporários

Categoria paralisou às 7h desta segunda-feira, contrariando decisão da Justiça

Anahi Zurutuza e Adriano Fernandes | 26/06/2017 18:37
Recepção do CRS (Centro Regional de Saúde) do Tiradentes estava vazia pela manhã; só 30% dos médicos escalados foram trabalhar, segundo SinMed (Foto: Marcus Moura)
Recepção do CRS (Centro Regional de Saúde) do Tiradentes estava vazia pela manhã; só 30% dos médicos escalados foram trabalhar, segundo SinMed (Foto: Marcus Moura)

A Prefeitura de Campo Grande vai abrir sindicâncias contra médicos concursados que aderiram à greve considerada ilegal pela Justiça na sexta-feira (23). Os servidores podem sofrer sanções caso a investigação conclua que os mesmo descumpriram com as obrigações de funcionários públicos do município.

“Eles [concursados] podem ser punidos administrativamente. Já os contratados não têm por que paralisar”, afirmou Marquinhos Trad na tarde desta segunda-feira (26), sem dizer se também vai punir os médicos que atuam por meio de contratos temporários caso os mesmos estejam paralisados.

O chefe do Executivo municipal disse ainda que para melhorar o atendimento nas unidades 24 horas vai dobrar as escalas de plantão dos contratados. “Vamos reforçar as equipes de enfermeiros e técnicos de enfermagem também”.

Impasse – Na terça-feira (20), os médicos da prefeitura anunciaram que entrariam em greve caso não conseguissem um acordo com a administração municipal. A categoria já rejeitou duas propostas de reajustes e segue sem aumento de salário.

A segunda proposta da prefeitura foi de 6% de reajuste no plantão e 30% na gratificação por desempenho. A discussão sobre o reajuste salarial já dura quase dois meses, sendo que os médicos solicitaram aumento de 27,5%, inicialmente.

Eles alegam que o valor pedido corresponde à correção da inflação dos últimos três anos. No detalhamento dessa proposta, apresentado na terça, a categoria considerou a inflação de 22,94% de 1º de maio de 2014 a 29 de fevereiro deste ano, mais a inflação prevista para 2017, que é 4,15%.

Na sexta-feira (23), o juiz José Eduardo Neder Meneghelli, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, determinou a suspensão da greve, que ainda nem havia começado.

Para pedir que a Justiça impedisse a paralisação, a prefeitura alegou que não foram esgotadas todas as negociações e além disso, que os salários dos profissionais está em dia.

Na tarde desta segunda-feira, o SinMed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) recorreu da decisão, alegando que só o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) tem competência para julgar a causa.

O prefeito disse hoje que ainda está aberto para negociar com a categoria. “Eles afrontam até Poder Judiciário, mas estamos abertos a negociações, a recebê-los, só não temos como arcar com reajuste de 27,5%”.

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