"Preso" à maca de hospital há 659 dias, bebê está em busca de lar
Garotinho de 1 ano e 11 meses tem paralisia cerebral, não tem família e nunca deixou hospital
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Em menos de 1 mês, garotinho sul-mato-grossense completa 2 anos. Mas a festinha de aniversário dele não será no quintal de casa, com bolo e brigadeiro, ou num buffet cheio de crianças correndo para lá e para cá. No lugar do pai, mãe e avós desejando os parabéns, quem baterá palmas para o menino de 1 ano e 11 meses serão assistentes sociais, enfermeiros e médicos da ala pediátrica da Santa Casa de Campo Grande.
O pequeno é o “morador” mais antigo do maior hospital de Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira, dia 9 de agosto, completou 659 dias na unidade hospitalar.
Ele nasceu numa sala de piso e paredes brancas em Deodápolis – cidade a 252 km de Campo Grande – e com várias complicações, foi transferido imediatamente para UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) Neonatal de Dourados. Depois, para a Santa Casa da Capital, ainda na primeira semana de vida.
O garoto não conhece paredes coloridas e passa a maior parte dos dias vendo o sol nascer ou o dia terminar da janela de hospital. Os passeios, quando a equipe médica não está completamente envolvida com pacientes mais graves, são pelos corredores, no máximo até o jardim da Santa Casa.
Sem família, o menininho está desde o mês passado no Cadastro Nacional de Adoção e sem nem saber, enfrentará mais uma longa batalha para conquistar os corações de pais adotivos, porque convivendo com paralisia cerebral grave, o pequeno não anda, não fala e não se alimenta sozinho. Se comunica pelo olhar.
O bebezinho já mostrou para todos que é capaz de lutar pela vida. Está bem de saúde, estável e ganhou alta médica. Vive ainda na Santa Casa por não ter para onde ir. “A família dele são os profissionais da saúde, mas ele precisa de suporte familiar. É uma criança que não tem uma rotina de uma casa, de passeio, com parentes. Ele não anda e não fala, mas responde, se expressa. Já se mostrou uma criança muito forte, que vai viver por muitos anos”, afirma a supervisora do Serviço Social da Santa Casa, Emily Moraes.
A luta do hospital agora é conseguir que o pequeno seja levado para abrigo, enquanto aguarda uma família. Emily explica que no hospital ele corre o risco de pegar infecções e ter o quadro de saúde agravado. “Ele teria de voltar para a cidade natal, Deodápolis. Mas, hoje, a estrutura do abrigo deles não comporta crianças com deficiências e a Promotoria pediu que fizessem adaptações”.
Enquanto isso, a “família” do bebê fica em compasso de espera, ou para que a burocracia se desenrole, ou melhor, que ele seja logo adotado. “Um hospital não é o mais adequado, é um local insalubre. Do ponto de vista técnico, também não, porque esse paciente acaba ocupando um leito muito importante para o SUS [Sistema Único de Saúde]”, explica Emily.
Atualmente, o pequeno paciente está em leito para cuidados semi-intensivos. Para deixar o hospital, precisará de respirador mecânico e vários outros equipamentos de suporte.
Serviço - Contato pode ser feito com a Santa Casa pelos números 3322-4050 ou 98472-3413.
Mais informações sobre adoção podem ser obtidas pelo telefone (67) 98462-8245 ou pelo e-mail: adocao.coordenadoria@tjms.jus.br.
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