Preso há 180 dias, enfermeiro que fez aborto em Marielly tem liberdade negada
O pedido de habeas corpus foi negado ontem pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça)
Preso desde julho do ano passado, o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes teve o pedido de habeas corpus negado ontem pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele é acusado de ter feito o aborto que resultou na morte da estudante Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos.
“Na verdade, querem forçar a barra para que ele confesse”, afirma o advogado David Moura Olindo, que atua na defesa do enfermeiro. De acordo com ele, a juíza de Sidrolândia, onde tramita o processo, quer que todas as testemunhas sejam ouvidas antes de Jodimar ser posto em liberdade.
A defesa do enfermeiro já teve habeas corpus negado pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). No fim de janeiro deste ano, o tribunal negou liminar de um novo pedido de liberdade.
Também denunciado pelo aborto que resultou em morte e ocultação de cadáver, Hugleice da Silva, cunhado de Marielly foi preso em julho, mas está em liberdade desde setembro, por decisão do TJ/MS.
Marielly foi vista pela última vez em casa, em Campo Grande, no dia 21 de maio do ano passado. O corpo foi encontrado no dia 11 de junho.
Até o dia em que foi para a cadeia, Hugleice negava envolvimento no caso e ‘ajudava’ a família na batalha por um desfecho para o caso. No entanto, após a primeira noite na prisão passou a confessar a participação.
Hugleice confessou que levou a jovem até a casa de Jodimar, em Sidrolândia, para fazer o aborto, e depois, quando o procedimento deu errado, junto com o enfermeiro, colocaram o corpo em seu carro e o jogaram em um canavial. Em dezembro do ano passado, Hugleice afirmou que foi obrigado a confessar o crime.