Hugleice diz que foi obrigado a confessar caso com Marielly
Ele alega ser inocente
Após ter confessado que mantinha um relacionamento com a cunhada Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos, morta após um aborto mal sucedido, Hugleice da Silva mudou a versão inicial e, agora, alega que não teve envolvimento com ela e que foi obrigado a confessar.
Essa é a linha de defesa que o advogado José Roberto da Rosa utilizará durante as audiências e o possível julgamento. “É isso que ele sustenta para mim, então é com essa linha que eu vou trabalhar”, diz.
Ao ser questionado se Hugleice também alegava inocência no envolvimento com o aborto, já que durante as investigações da Polícia, ele foi apontado como a pessoa que levou a jovem até a casa do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, em Sidrolândia, onde o procedimento foi realizado, o advogado esquivou-se. Ele disse que “não pode entrar nesses detalhes porque eles ainda serão analisados”. Hugleice ficou preso de julho até setembro deste ano, quando ganhou a liberdade, concedida pela Justiça.
Casado com a irmã de Marielly, ele compareceu à audiência realizada ontem, em que três pessoas foram ouvidas como parte do processo.Duas eram amigas da jovem. Durante a fala das testemunhas, se mostrou apático. Sem aliança e com um terço como pulseira no pulso esquerdo, não pareceu inquieto e estava de cabeça erguida.
Segundo o advogado, ainda não há previsão de quando ele será ouvido. "Mas acredito que o depoimento de Hugleice ajudará a defesa", afirmou.
O caso - Marielly saiu de casa, no Jardim Petrópolis, no dia 21 de maio - sábado - dizendo que iria resolver um problema e não foi mais vista. A família dela, inclusive Hugleice, e amigos, espalharam cartazes pelo bairro, e-mails e foram à OAB/MS e Assembléia Legislativa.
O corpo foi encontrado no dia 11 de junho com roupa diferente daquela que a garota havia saído de casa, sem feto e com cor acinzentada, indicando a perda de sangue.
A perícia constatou que não havia marcas de violência no corpo e que, diante da informação de que ela estava grávida, a morte foi resultado do aborto malsucedido.
A Polícia suspeitou de Hugleice porque quebra de sigilo telefônico constatou que ele foi a última pessoa com quem ela conversou, a empregada de Jodimar o viu na residência onde ela trabalhava e, ainda, porque no local onde o cadáver estava havia embalagens de halls, ‘vício’ do rapaz, conforme informado pela dentista dele à Polícia.
A família de Marielly mentiu à Polícia sobre Hugleice. Todos disseram que o rapaz estava em casa no dia 21 de maio, no fim da tarde, quando a operadora de celular dele indicou que ele estava em Sidrolândia. A princípio, a família não será punida criminalmente pela mentira.