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Capital

Preso por agenciar meninas pode revelar nomes de mais 10 políticos

Renan Nucci e Filipe Prado | 27/04/2015 10:59
Fabiano chegou à DEPCA na manhã desta segunda-feira para prestar depoimento. (Foto: Marcelo Calazans)
Fabiano chegou à DEPCA na manhã desta segunda-feira para prestar depoimento. (Foto: Marcelo Calazans)

O depoimento de Fabiano Otero Viana, suspeito de integrar esquema de extorsão e exploração sexual de menores que envolve o vereador Alceu Bueno (PSL) e o ex-deputado estadual Sérgio Assis (PSB), deve revelar a participação de pelo menos mais dez políticos. Durante a manhã de hoje (27), ele fala com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

De acordo com o advogado Amilton Ferreira, a maioria destes novos nomes pode ter sido vítima. Ele explica que por meio de perfis falsos em redes sociais, outras pessoas se passavam pelas adolescentes aliciadas e tentavam contato com os políticos. Muitos deles nem respondiam já imaginando que se tratava de algo ilícito, enquanto que outros chegaram até a estender a conversa. “Vamos passar os nomes para a polícia e fica a cargo do delegado separar o joio do trigo”, explicou o advogado.

Além de Fabiano, preso por força de ordem judicial na tarde de ontem (26) na casa da mãe, no Bairro Santa Emília, também estão na cadeia o ex-vereador Robson Martins e o empresário Luciano Roberto Pageu, dono da empresa Grupo Altar. Estes foram autuados em flagrante por extorsão no dia 22, enquanto recebiam dinheiro de Bueno, no estacionamento de um supermercado.

O caso – O esquema passou a ser desvendado pela polícia a partir de um Boletim de Ocorrência, registrado pela mãe de uma das adolescentes, em Coxim. A menor foi encontrada dia 23 de março na casa de Fabiano, com outra menina de 15 anos, que revelou tudo a uma conselheira tutelar. Segundo a adolescente, ela saiu com o Alceu Bueno dias 21 e 22 de março.

Fabiano e Luciano teriam intermediado o encontro sexual que foi gravado. De posse das imagens, o grupo passou a extorquir o vereador para que o caso não se tornasse público. Cansado das chantagens e alegando inocência, Bueno denunciou às autoridades que prenderam Robson e Luciano enquanto eles recebiam R$ 15 mil junto ao vereador. Informações da polícia apontam que antes, a dupla já havia faturado cerca de R$ 100 mil com o esquema.

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