Primeiro dia sem o centro pediátrico não tem reclamações e pais elogiam rapidez
Mesmo preferindo o centro pediátrico, os pais não reclamaram do atendimento infantil que está sendo prestado unicamente nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento Comunitário) nesta terça-feira (1°). Em outros postos de saúde de Campo Grande, conforme a prefeitura, só haverá médicos de plantão para atender as crianças aos finais de semana.
De modo geral, as famílias afirmam que não consideraram demorada a espera antes da triagem e da consulta.
“Lá no PAI era melhor, porque só tinha criança”, diz a atendente Eunice de Oliveira Silva, 27 anos. Ela foi levar a filha de 3 anos à UPA Coronel Antonino e disse ter sido atendida em torno de 40 minutos após a chegada.
A auxiliar de serviços gerais Kelly Barbosa da Silva, 24 anos, sempre levou à filha de 2 anos à UPA e não sabe dizer como era o atendimento no centro pediátrico. “Aqui sempre foi rápido, nunca demorou”, afirma. Segundo ela, foram 20 minutos entre a chegada, triagem e consulta.
O despachante Thiago dos Santos Souza, 23 anos, levou o filho de 6 meses para a mesma unidade. Ele concorda que o atendimento foi rápido, mas reclama da distância em relação ao local onde mora, no bairro Coophatrabalho. Ele afirma que a UPA Vila Almeida é mais próxima, mas não gosta do atendimento oferecido naquele local e preferiu cruzar a cidade.
“Todas as equipes atendem bem. Em comparação com o Cempe, aqui está melhor, acho que eles transferiram os médicos de lá, mas eu preferia lá no Centro por ser de mais fácil acesso”, afirma o trabalhador.
Polêmica - Com o fechamento do PAI, a prefeitura garante atendimento de pediatria 24 horas em todos os dias da semana somente nas três UPAs. Nos CRS (Centros Regionais de Saúde) Guanandi, Moreninhas, Coophavilla, Nova Bahia e Tiradentes haverá apenas plantões entre as 19h e 7h nas sextas, sábados e domingos.
As mudanças foram anunciadas pelo secretário municipal de Saúde, Invandro Fonseca, nesta segunda-feira (30).
Conforme o secretário, não havia aprovação do Conselho Municipal de Saúde e da Vigilância Sanitária no centro pediátrico. O espaço foi considerado inapropriado e sem proteção contra incêndio, o que gerou multa de R$ 4.448 para a prefeitura, conforme o chefe da Sesau.
Além disso, como o local não recebia verbas do Governo Federal, o município bancava sozinho o aluguel de R$ 194 mil por mês, que já está sendo questionado por meio de ação civil pública pelo MPE (Ministério Público Estadual). Para manter o PAI em operação, a Câmara Municipal autorizou duas vezes suplementações orçamentárias, gerando prejuízo de R$ 9.603.693.
A prefeitura diz ter acionado a CGU (Controladoria Geral da União) e o MPE (Ministério Público Estadual) sobre o rombo.
Também foi apontada pelo secretário a falta de isonomia salarial. A diferença entre os ganhos entre servidores com a mesma função chegava a 300%. A diferença se dava nas gratificações, que para alguns eram mais altas.
Na visão de Ivandro, o retorno dos pediatras aos bairros deve aumentar o número de atendimentos à criança na rede. Quando o PAI foi aberto, segundo ele, muitos deixaram de levar seus filhos aos postos do município para não terem que se deslocar até a região central, fazendo com que reduzisse em 12 mil o número de consultas.