Empresas de ônibus coletivo da Capital pedem tarifa acima de R$ 3
Prefeito Nelsinho Trad (PMDB) já descartou qualquer possibilidade de aumento da tarifa e não há respaldo jurídico para a prorrogação do contrato, que vai até 2014
A proposta das empresas que detêm o controle do transporte coletivo urbano de Campo Grande apresentada ontem à tarde à Prefeitura teria proposto tarifa que passaria dos R$ 3. “É uma conta irreal”, diz o diretor presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade.
Rudel disse que as negociações não chegaram a mostrar valores, mas, estima que as contas fariam facilmente a tarifa subir a mais de R$ 3.
O documento faz parte da negociação entre empresas e prefeitura, que já se arrasta há meses e começa a sinalizar traços de uma novela com o fim nada amigável.
Campo Grande pleiteia recursos para o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade Urbana, projeto orçado em R$ 280 milhões para viabilização de corredores de ônibus.
Em contrapartida, as empresas de transporte coletivo urbano do município devem fazer investimento que gira em torno de R$ 40 milhões e aí que está o ponto de discórdia.
Os empresários argumentam que os valores exigidos pela Prefeitura para execução do projeto, como ampliação da frota, com ônibus articulados e veículos com câmera, são altos para o contrato que dura mais três anos. Eles querem ou a renovação do contrato ou novo aumento da tarifa, que já ocorreu este ano.
Segundo o Rudel, o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) já descartou qualquer possibilidade de aumento da tarifa e não há respaldo jurídico para a prorrogação do contrato, que vai até 2014.
O novo episódio gerou irritação do prefeito, já que, na prática, as empresas apresentaram, no documento, o que falaram durante todo o tempo de negociação.
“No documento eles apresentaram a mesma coisa. O prefeito determinou que a Procuradoria Geral do Município analise a questão do contrato”, informa Rudel, indicando que o rompimento do contrato parece iminente.
O diretor da Agetran também deu indícios de que o caso pode virar uma briga jurídica entre prefeitura e empresas. Em caso de rompimento de contrato, “amigável ou na Justiça”, as empresas atuariam ainda pelo prazo até nova contratação por meio de licitação.
Rudel acredita que deve haver outra reunião entre empresas de ônibus e Procuradoria Geral do Município na próxima semana, além disso, que a solução do caso deve sair dentro de um mês.
“O prefeito já não quer mais receber as empresas para negociar. Então a questão não é mais amigável”, pontuou Trindade.
PAC 2 - No início de julho, Nelsinho foi ao Ministério das Cidades para pleitear R$ 280 milhões em projetos no PAC da Mobilidade Urbana. Do total solicitado, R$ 160 milhões são para implantação de 68 km de corredor para o transporte coletivo.
Os projetos selecionados serão anunciados em agosto, provavelmente no dia 26, mas o ministério já exigiu mudanças no transporte coletivo campo-grandense com custo orçado em R$ 40 milhões. Pelos corredores de ônibus, devem circular linhas como Aero Rancho/Centro, Nova Bahia/Centro e Guaicuru/Shopping.
Para atender o Ministério das Cidades, a frota deverá ser ampliada em 30%, além de mais 20 ônibus articulados e todos os veículos com câmera.
Também foi exigido acessibilidade em 100% da frota, que hoje chega a 75% dos veículos. Os ônibus deverão ser dotados de GPS e as empresas deverão disponibilizar informações aos usuários, inclusive, por meio do celular.