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Capital

Psicólogos vão à praça mostrar que fazer terapia “não é coisa de doido”

Ação realizada na Praça Ary Coelho tem como finalidade divulgar os serviços gratuitos oferecidos na cidade

Por Jéssica Fernandes | 23/08/2024 10:52
Psícologos participam de ação na Praça Ary Coelho nesta sexta-feira (23). (Foto: Marcos Maluf)
Psícologos participam de ação na Praça Ary Coelho nesta sexta-feira (23). (Foto: Marcos Maluf)

A Praça Ary Coelho virou ponto de encontro entre os psicólogos de Campo Grande, estudantes de Psicologia e o público nesta sexta-feira (23). A ação “Psicólogas/os na Praça” é realizada anualmente e surgiu da necessidade de mostrar que fazer terapia “não é coisa de louco”.

Nesta manhã estão sendo divulgados os serviços oferecidos gratuitamente através do CEAM (Centro Especializado de Atendimento à Mulher), Sejuv (Secretaria Municipal da Juventude), Semed (Secretaria Municipal de Educação), SAS (Secretaria de Assistência Social) e também os atendimentos psicológicos prestados por ONGs (Organizações Não Governamentais) e as universidades.

A psicóloga do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), Elisângela Ficagna explica que a ação surgiu após os profissionais ligados ao Colegiado de Psicólogos da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) perceberem que a população enxergava o psicólogo como alguém distante.

Elisângela explica como surgiu a iniciativa “Psicólogas/os na Praça”. (Foto: Marcos Maluf)
Elisângela explica como surgiu a iniciativa “Psicólogas/os na Praça”. (Foto: Marcos Maluf)

“Também tinha essa questão cultural de ‘Não vou no psicólogo porque é coisa de louco’. Aí a gente começou, dentro do nosso planejamento, a pensar que formas de quebrar isso, reformular essa ideia para que a população entenda que ela tem direito a esse serviço”, afirma.

Por não ser possível prestar atendimento na Praça, os idealizadores apenas orientam quais serviços as pessoas podem buscar, seja no Caps ou em alguma secretaria específica. Apesar de ser exclusivamente orientação, Elisângela destaca que a atividade é essencial para os psicólogos se aproximarem das pessoas que precisam de acolhimento. “Isso é importante porque mostra a psicologia, mostra o serviço e mostra esse profissional mais perto da população. Então é essa a ideia, que a gente esteja mais perto da população”, completa.

A divulgação faz toda a diferença para quem desconhece os meios de atendimento. É o que afirma a psicóloga da Semmu (Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres), Nayara Morais, que trabalha na Casa da Mulher Brasileira.

Universidades também participaram da atividade com stand próprio. (Foto: Marcos Maluf)
Universidades também participaram da atividade com stand próprio. (Foto: Marcos Maluf)

“A gente vê a necessidade de ter esse movimento porque aumenta os atendimentos, então às vezes por falta de informação a mulher deixa de buscar. É um fato que a falta de informação distancia a população do serviço, daí a importância de se mostrar mais acessível e dar esse espaço”, comenta.

A população índigena é mais uma que pode contar com um órgão federal específico, o DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena). Ao todo são 15 polos de atendimento em Mato Grosso do Sul que atendem as comunidades.

Psicólogo do DSEI, Vitor Terena comenta que a população índigena tem o próprio entendimento sobre a saúde mental, sendo que isso está ligado ao contexto cultural e histórico em que estão inseridos. Por esse motivo, o órgão leva em consideração essas especificidades na hora de oferecer ajuda.

“Hoje se faz necessário, sim, um olhar diferenciado, respeitando a questão cultural, a língua materna dessas etnias. É um olhar voltado para os jovens e adultos nessa parte. É importante levar esse contexto porque faz toda diferença, eles têm essa vivência, é respeitar essa singularidade”, pontua.

Psicólogo da SAS, Cleberson da Silva Alves foi um dos que participou da ação na Praça nesta manhã. Na visão dele, a iniciativa é uma oportunidade de mostrar que a psicologia vai além da clínica.

“Estar nesses espaço para conscientizar as pessoas é gratificante porque a gente consegue atingir pessoas que não tem acesso a qualquer política pública e não só a de saúde mental”, conclui.

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