"Que Deus nos ampare", disse o pai de um dos jovens enterrados na manhã de hoje
Os olhares acompanhavam atentos a descida do caixão na sepultura. Durante o enterro dos universitários Breno Luigi Silvestrini de Araújo, de 18 anos, e Leonardo Batista Fernandes, 19 anos, os familiares eram o reflexo da desolação e da dor.
Na hora de fechar o caixão, talvez um dos piores momentos da despedida, o choro desesperado, antes contido com esforço, saiu sem que pudesse ser dominado. O pai de Leonardo, Paulo Fernandes rezou pelo filho e pediu que as famílias vivessem em harmonia. “Abençoe Deus, os pais e mães presentes aqui”.
Em uma prece, Paulo se mostrou forte e confiante na fé. “Que Deus nos ampare”.
No enterro de Breno, quando o caixão já seria colocado no túmulo, Rubens Silvestrini, pai do estudante, falou do filho com ternura e frisou que o jovem era feliz e alegre. “Eu só posso celebrar a vida linda que ele viveu. Nunca falou mal de nada, nunca achou nada ruim”.
Rubens ainda pediu pela justiça e se mostrou indignado dizendo que o país não tem lei “e essas fatalidades vão continuar acontecendo”, se nada for feito. “A minha torcida é que isso se resolva”.
Amigos e familiares se debruçaram sobre a sepultura de Breno como que se quisessem ainda se convencer da tragédia. Pai, irmãs e a mãe se abraçaram na tristeza da despedida.
“Deus sabe de tudo. A gente não compreende, mas Deus sabe. Vou continuar lembrando de cada poesia que ele escrevia. Vai ser muito difícil, vai ser um percurso longo, mas vamos aceitar a vontade de Deus”, disse a mãe de Leonardo. O jovem mantinha um blog de poesias.