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Capital

"Racista", picha grupo na calçada de imobiliária em protesto

Caso aconteceu na segunda, mesmo dia em que cantor Deh Leão também denunciou caso de injúria racial por policiais militares

Ana Paula Chuva e Paulo Francis | 23/12/2020 12:59
"Racista", picha grupo na calçada de imobiliária em protesto
Eduardo segurando cartaz em frente da imobiliária. (Foto: Paulo Francis)

O músico Eduardo Miranda Martins, 35 anos, protestou junto com amigos e familiares em frente à imobiliária onde teria sido vítima de injúria racial na última segunda-feira (21). A manifestação reuniu aproximadamente 10 pessoas e foi organizada pelo próprio músico.

A palavra "racistas" foi escrita em frente à empresa e no totem que tem o nome da empresa foi escrito em branco o simbolo do anarquismo. Na vidraça, ficaram manchas de mãos.

Conhecido como “Engenheiro Edson”, o músico procurou a polícia para denunciar o caso de injuria durante a negociação para locação de um imóvel. Ao Campo Grande News ele contou na ocasião que depois de fazer todos os trâmites a assinatura do contrato por parte da empresa seria feito no dia seguinte.

Por conta disso, Eduardo afirmou então que faria o pagamento o caução quando o contrato estivesse assinado e minutos após sair da imobiliária recebeu uma ligação do dono do local.

Começou a dizer que eu não tinha responsabilidade porque não tinha deixado a caução. Eu voltei na empresa e expliquei que não iria fazer o pagamento sem a assinatura. Ele, então, me chamou de macaco", disse Edson Miranda.


"Racista", picha grupo na calçada de imobiliária em protesto
Músico e família durante o protesto. (Foto: Paulo Francis)

Por isso, na manhã de hoje o músico organizou o protesto pacífico para que o caso não seja esquecido e não imaginou que fosse passar por isso a 10 dias de acabar o ano.

“Organizei o protesto pacífico porque queremos dizer para ele que não é isso. Ele mandou chamar a polícia para mim, sem motivo e isso me deixou muito chateado. É preto chama a polícia. Porque estávamos conversando e ele estava errado. E isso me ofende”, disse.

O grupo levou cartazes e falava palavras de ordem como “Vidas negras importam” e “Racistas não passarão”. Além disso, picharam a entrada da imobiliária com a palavra “racistas” e marcaram o vidro do estabelecimento com as mãos.

“Eu sou das artes, não sou bandido. Ele não aceitou que quem tinha o dinheiro para alugar a casa era um preto. Aquilo foi uma provocação e ficou claro o preconceito dele, por isso ele levantou a voz e disse vou chamar a policia”, continuou.

"Racista", picha grupo na calçada de imobiliária em protesto
Pichações na entrada da imobiliária. (Foto: Paulo Francis)

O Campo Grande News tentou contato via telefone com a imobiliária, mas as ligações não foram atendidas. O local estava fechado nesta manhã.

Outro caso - A injúria racial contra o músico ocorreu no mesmo dia em que o cantor  Deh Leão, 27 anos, procurou a Corregedoria da Polícia Militar para denunciar abordagem truculenta. Ele atribuiu a ação ao racismo estrutural.

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