"Racista", picha grupo na calçada de imobiliária em protesto
Caso aconteceu na segunda, mesmo dia em que cantor Deh Leão também denunciou caso de injúria racial por policiais militares
O músico Eduardo Miranda Martins, 35 anos, protestou junto com amigos e familiares em frente à imobiliária onde teria sido vítima de injúria racial na última segunda-feira (21). A manifestação reuniu aproximadamente 10 pessoas e foi organizada pelo próprio músico.
A palavra "racistas" foi escrita em frente à empresa e no totem que tem o nome da empresa foi escrito em branco o simbolo do anarquismo. Na vidraça, ficaram manchas de mãos.
Conhecido como “Engenheiro Edson”, o músico procurou a polícia para denunciar o caso de injuria durante a negociação para locação de um imóvel. Ao Campo Grande News ele contou na ocasião que depois de fazer todos os trâmites a assinatura do contrato por parte da empresa seria feito no dia seguinte.
Por conta disso, Eduardo afirmou então que faria o pagamento o caução quando o contrato estivesse assinado e minutos após sair da imobiliária recebeu uma ligação do dono do local.
Começou a dizer que eu não tinha responsabilidade porque não tinha deixado a caução. Eu voltei na empresa e expliquei que não iria fazer o pagamento sem a assinatura. Ele, então, me chamou de macaco", disse Edson Miranda.
Por isso, na manhã de hoje o músico organizou o protesto pacífico para que o caso não seja esquecido e não imaginou que fosse passar por isso a 10 dias de acabar o ano.
“Organizei o protesto pacífico porque queremos dizer para ele que não é isso. Ele mandou chamar a polícia para mim, sem motivo e isso me deixou muito chateado. É preto chama a polícia. Porque estávamos conversando e ele estava errado. E isso me ofende”, disse.
O grupo levou cartazes e falava palavras de ordem como “Vidas negras importam” e “Racistas não passarão”. Além disso, picharam a entrada da imobiliária com a palavra “racistas” e marcaram o vidro do estabelecimento com as mãos.
“Eu sou das artes, não sou bandido. Ele não aceitou que quem tinha o dinheiro para alugar a casa era um preto. Aquilo foi uma provocação e ficou claro o preconceito dele, por isso ele levantou a voz e disse vou chamar a policia”, continuou.
O Campo Grande News tentou contato via telefone com a imobiliária, mas as ligações não foram atendidas. O local estava fechado nesta manhã.
Outro caso - A injúria racial contra o músico ocorreu no mesmo dia em que o cantor Deh Leão, 27 anos, procurou a Corregedoria da Polícia Militar para denunciar abordagem truculenta. Ele atribuiu a ação ao racismo estrutural.