Reforma da antiga rodoviária deve ser concluída este ano
Obras iniciam hoje ao custo de R$ 16,5 milhões e após a conclusão será sede de dois órgãos públicos
Ao assinar a ordem de serviço para as obras de requalificação da área pública do Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), garantiu na manhã desta sexta-feira (1º) que as obras devem ser concluídas ainda este ano. A solenidade foi realizada na antiga estação, desativada desde 2009.
Serão investidos R$ 15,3 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional, enquanto o município dará contrapartida de R$ 1,2 milhão, totalizando R$ 16,5 milhões. O contrato já foi assinado e prevê prazo máximo de execução de 360 dias (cerca de um ano).
“Essa obra, começando hoje, devemos entregá-la até o final do ano à população”, afirmou Adriane. No discurso, ela disse que espera que o local volte aos bons tempos.
“Esse local voltará a ser pujante, vamos trazer de volta o ambiente cultural e de lazer. Esse prédio voltará aos velhos tempos, como um shopping no Centro da cidade”, disse. Além disso, a prefeita vai dobrar os esforços para a situação dos moradores em situação de rua e dependentes químicos que ficam no entorno.
“Com a revitalização desse prédio, vamos fazer justiça social, pois as pessoas em situação de vulnerabilidade que estavam no entorno estão sendo acolhidas”, asseverou, lembrando que haverá encaminhamento para clínicas com a concordância do cidadão.
Esforço – A verba do ministério foi liberada após trabalho em conjunto da bancada, como revelou o deputado federal Fábio Trad (PSD). Ele revelou que recebeu o pedido da prefeita e da subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, Catiana Sabadin.
As duas solicitaram que Trad defendesse a reforma juntos aos outros sete deputados e três senadores, e acabou obtendo o apoio dos dez. “Todos caminharam de mãos dadas para a aprovação desse projeto. Os 11 foram favoráveis”, disse.
Expectativa – Proprietária de um hotel em frente ao antigo terminal, Silmara Cristina dos Santos, 49 anos, lembra que teve que demitir funcionários e viu o movimento cair após os passageiros darem lugar aos dependentes químicos.
“Desde que desativaram a rodoviária, foi um tempo tenebroso, respirando por balão de oxigênio. Foi muito difícil mesmo, tinha quatro funcionários e hoje só tenho um. Acabei assumindo as outras tarefas”, lembra.
Silmara conta ainda que os hóspedes deixaram de aparecer por medo de serem assaltados. “Antes, eu tinha uma ocupação de 90%. Hoje, tenho 15%. Com essa revitalização, tão aguardada, eu vejo esperança de dar continuidade a este projeto”, disse.
O síndico do condomínio de lojas, Paulo Pereira, 68 anos, espera que os demais espaços comerciais reabram após as obras. São 235, mas apenas 30 continuam abertos.
“Essa revitalização será excelente, porque traz de volta a economia para este local, onde todos se empenham em trabalhar”, afirmou, citando que as lojas fechadas são usadas como depósito e área de estoque dos comerciantes.
Projeto – O projeto de revitalização abrangerá as áreas públicas nos dois pisos do prédio, que somam 5,1 mil metros quadrados e a construção de 1.070,28 m², em dois andares, na Rua Joaquim Nabuco, entre as antigas plataformas de embarque e desembarque dos ônibus do transporte municipal.
O prédio vai abrigar a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) e a Funsat (Fundação Social do Trabalho). Nesta parte, funcionava as plataformas de embarque e desembarque dos ônibus intermunicipais e o piso superior, com 1.460,09 m², abrigava os guichês de venda de passagens.
Já o local das antigas plataformas externas será adaptado para se tornar um corredor de acesso à galeria e ao edifício público, transformado num grande calçadão com jardins contemplativos. A outra área pública, que margeia a Rua Vasconcelos Fernandes, onde ficava uma plataforma de transporte coletivo, será transformada em área de estacionamento no horário comercial. O piso será nivelado para se tornar um grande platô, para um espaço multiuso para eventos.
O terminal desativado ainda passará por intervenções de acessibilidade. As calçadas no entorno serão alargadas, o estacionamento em 45 graus retirado para inserção de jardins e áreas de estar com rampas. Estão previstas faixas elevadas de pedestres para controlar a velocidade dos veículos, o que vai aumentar a segurança de pedestres e ciclistas.
A proposta arquitetônica prevê ainda a reabertura das duas claraboias do projeto original e que foram fechadas ao longo dos anos, prejudicando a iluminação e a ventilação do prédio. Na reabertura dos vãos serão feitos acessos ao pavimento superior.
A antiga estação rodoviária receberá uma fachada moderna com jardins verticais, que além do componente estético, vai melhorar o isolamento térmico, reduzindo o calor na área interna e ajudando a manter a temperatura agradável no inverno. A solução também vai reduzir gastos com energia elétrica, já que será necessária menos refrigeração.
Como parte do programa Reviva Mais Campo Grande, as ruas no entorno, Dom Aquino e Barão do Rio Branco, já foram recapeadas e receberam calçadas com piso tátil e rampas de acessibilidade.
A antiga estação rodoviária tem 30 mil metros quadrados. Construída na década de 1970, ao longo dos anos, o espaço passou por um processo de degradação que provocou o fechamento do centro comercial existente.
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