Reforma de escola por internos da Gameleira gera economia de R$ 1,2 milhão
Parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul está possibilitando a reforma da segunda maior escola estadual em número de alunos de Campo Grande.
Através do projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, que utiliza mão de obra e dinheiro de internos, a Escola Estadual Padre José Scampini, localizada no bairro Coophavila II, é a quinta beneficiada pelo projeto que gerou para o Estado uma economia de mais de R$ 1,2 milhão.
Orçada em R$ 149 mil, a reforma terá duração de dois meses. Se não fosse feita através do projeto, a obra não sairia por menos de R$ 500 mil.
O recurso é proveniente da arrecadação do desconto de 10% do salário de cada preso da Capital que trabalha por meio de convênios com o poder público, medida instituída pelo juiz da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto.
Com a verba arrecadada, é possível custear todo o material de construção, aluguel de equipamentos, caçambas de entulho, andaimes e alimentação dos operários. Ao Estado cabe apenas o salário e o transporte dos presos envolvidos na reforma.
De acordo com o diretor do Centro Penal da Gameleira, Tarley Cândido Barbosa, a reforma do colégio, que conta com 1,6 mil alunos, será o maior desafio enfrentado pelos presos até então, devido a dimensão do espaço,
A equipe de 14 presos que atua no local vai reformar 30 salas contando com o anfiteatro, além da quadra coberta, pátio, calçamento, muros, pintura geral, troca de vidros, reforma elétrica, hidráulica, além de projeto de acessibilidade que irá construir banheiros adaptados, guichê da secretaria e da cantina com acessibilidade para cadeirantes, rampas de acesso e instalação de piso tátil.
Tudo deve ser concluído antes do início do ano letivo de 2016, para não prejudicar o calendário escolar.
Fundada em 1979, a última reforma aconteceu na escola ocorreu em 2002 e consistiu apenas em pintura. No entanto, desde sua criação, nunca havia passado por uma reforma geral.
Paralelo a reforma, a direção da escola está desenvolvendo um projeto de valorização do patrimônio público, para que os alunos e a comunidade preservem o trabalho realizado pelos detentos.