Região da Base Aérea tem polícia, manifestantes e apoiadores à espera de Lula
Segundo a agenda oficial, o presidente vai desembarcar no Aeroporto Internacional de Campo Grande
Dezenas de veículos oficiais, entre viaturas e ambulâncias, além de motocicletas de batedores da PF (Polícia Federal), estão concentrados neste momento nas proximidades da Base Aérea de Campo Grande.
A movimentação é para a recepção e escolta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chega hoje (12) à Capital. Ele vem inaugurar a exportação de carne para o mercado chinês pela empresa JBS. Segundo a agenda oficial, a visita terá início às 10h.
A previsão é que Lula desembarque no Aeroporto Internacional de Campo Grande. No entanto, a movimentação em frente à Base Aérea cria a expectativa de que aeronave com o presidente pouse ali. Foi o que aconteceu durante a última visita do ex-presidente Jair Bolsonaro à Capital, inclusive.
No encontro da Avenida Central com a Avenida Duque de Caxias, estão posicionados policiais militares do Batalhão de Choque. Na entrada da Base Aérea, se veem policiais federais montados em motos batedoras, viaturas da PRF (Polícia Rodoviária Federal), do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), da Polícia Civil, além de viaturas com bombeiros e socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Manifestantes - Mais à frente, o Aeroporto Internacional de Campo Grande não tem movimentação de policiais, veículos oficiais e nada que indique que Lula vai sair pelo local.
O que a reportagem encontrou na Orla do Aeroporto, na Avenida Duque de Caxias, foram técnicos administrativos e professores do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que estão em greve e se manifestam pelo reajuste dos salários e plano de carreira das categorias.
Um dos manifestantes é Vitor Sanches, 42, professor de Biologia do campi Campo Grande do IFMS, que faz parte do comando de greve na instituição. Ele afirma que técnicos e professores pedirão ao presidente que aja contra o "congelamento" dos salários, principalmente, e possibilidade de sucateamento do instituto.
"É mais um ano de congelamento, é mais um ano de desvalorização por causa da inflação. Mais um ano que a inflação vai fazer a gente perder poder de compra. E aí a proposta deles [Governo Federal] é 4,5% [de aumento] em 2025 e 4,5% em 2026, o que vai dar um total de 9%, que não chega nem perto dos 30% que a gente já perdeu", fala.
Ele continua. "E o aumento do orçamento de educação foi zero, não aumentou em nada o orçamento de educação. A arrecadação foi recorde e não teve nenhum aumento para os institutos federais. Então, isso deixa o pessoal temeroso, porque agora estão falando em abrir mais 100 campus. Vai abrir 100 campus sem aumentar o orçamento? O que a gente vai fazer? Vai ter o sucateamento", finaliza.
Mariuza Guimarães, professora da UFMS e presidente da Adufms (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), afirma que pretende entregar uma carta ao presidente na JBS, em nome dos grevistas, o sensibilizando para as reivindicações.
Dezenas de técnicos e professores gritam palavras de ordem em um megafone e seguram faixas e bandeiras dos movimentos grevistas por lá.
Lucival Alves dos Santos, coordenador do Sista (Sindicato dos Trabalhadores em Educação), que também representa os trabalhadores da educação da UFMS, também está no local. Ele aponta que "essa é uma das poucas greves que estamos entrando com a possibilidade de sair com alguma coisa mesmo", diz.
Apoiadores - Por enquanto, a movimentação de apoiadores do presidente Lula na região da Base Aérea está tímida. Não há, no entanto, pessoas protestando contra o presidente.
Há cerca de seis pessoas com camisetas vermelhas o aguardando na Avenida Duque de Caxias.
O soldador Marcos da Silva, 38, é um que espera vê-lo. "Será a primeira vez que eu vou ver, que eu vou ter essa oportunidade. Eu vim aqui só para vê-lo de longe mesmo, já vale a pena", falou.
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