Regional atinge 98% de ocupação e diretora reforça apelo: “temos um limite"
Rosana Melo pediu respeito ao distanciamento social para frear contágio desenfreado pela covid-19
A diretora do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rosana Leite Melo, participou da transmissão ao vivo diária da SES (Secretaria Estadual de Saúde), nesta terça-feira (4), para engrossar o coro de apoio às medidas que contribuam com o distanciamento social, a fim de frear a contaminação em massa pelo novo coronavírus. Segundo ela, a unidade de referência para casos da doença na Capital tem 98% dos leitos críticos ocupados.
Boletim de ontem do HR indicava ocupação de 100%. Conforme Rosana, as transferências de pacientes para outras casas de saúde, estratégia para desafogar o hospital, se tornaram frequentes em julho, quando a ocupação de leitos para casos graves não baixou de 90%.
O ideal seria que a população respeitasse o distanciamento. Cada paciente que fica conosco e não consegue sucesso [na recuperação], é um sofrimento muito grande. Nós não estamos cansados só fisicamente, mas mentalmente. Cuidar é um dom e nós na Saúde lidamos com isso no dia a dia. Estamos lá para cuidar, mas temos um limite, infelizmente”, falou a diretora.
Só ontem, dez pacientes foram removidos do HR para outras unidades hospitalares, disse Rosana Melo.
Campo Grande atingiu hoje a marca de 11.213 casos de novo coronavírus e 149 mortes, conforme a SES. Só o Regional registra 103 destes óbitos.
Sem medidas restritivas mais duras, a taxa de isolamento da Capital, em média de 36% em dias úteis, segue abaixo da recomendada pelas autoridades em Saúde, de pelo menos 60%.
Durante transmissão, a secretária-adjunta de Saúde do Estado, Christinne Maymone, disse que o hospital de referência para casos da covid-19 em Campo Grande deve ganhar mais dez leitos críticos até amanhã. Hoje, o local conta com 91 camas críticas.
Recursos humanos - A diretora do HR também falou dos esforços feitos para capacitar o corpo clínico do hospital, composto em maioria por médicos cirurgiões e especialistas.
Segundo ela, o deficit de intensivistas, que atuam nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), é um problema enfrentado pelo País há quatro anos. O limite de profissionais da área à disposição impede a ativação de mais leitos para pacientes graves.
Outro problema enfrentado no HR é o adoecimento de profissionais. Rosana revela que quatro estão hospitalizados - dois médicos, um enfermeiro e um técnico em Enfermagem. Informativo da unidade conta 124 servidores já diagnosticados com o vírus.
Boletim - Segundo painel da SES, Mato Grosso do Sul tem 27.678 casos confirmados de novo coronavírus e 433 mortes pela doença.