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Capital

Réu por matar e esconder corpo de esposa será julgado por 7 mulheres

Maria Graziele e Lucas viveram juntos por oito anos, mas tinham um relacionamento conturbado

Por Viviane Oliveira e Bruna Marques | 17/10/2023 08:48


Na manhã desta terça-feira (17), o júri que vai definir o futuro de Lucas Pergentino Camara, de 29 anos, acusado de matar e esconder o corpo de Maria Graziele Elias de Souza, é composto por sete mulheres. O julgamento é presidido pelo juiz Carlos Alberto Garcete, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Ao final do julgamento, os jurados votam e decidem pela condenação ou absolvição do réu. Basta quatro jurados votarem a favor ou contra a condenação para o veredito.

O Conselho de Sentença foi composto depois que o juiz sorteou os jurados. O advogado de defesa do réu, Marcos Ivan Silva, dispensou três mulheres. Porém, o promotor de justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia aceitou o restante, compondo o júri feminino. Para alguns advogados, júri formado só de mulheres pode influenciar na condenação do réu.

Lucas será julgado por homicídio triplamente qualificado – por asfixia, mediante traição e feminicídio – além da ocultação de cadáver. O crime aconteceu no dia 14 de de abril e o corpo da vítima só foi encontrado cinco dias depois, às margens da BR-262.

Vestida de preto, a família de Graziele acompanha o julgamento que começou por volta das 8h. “Ela era uma menina muito alegre, muito viva”, relembrou o empreendedor social e publicitário Carl Stephan Hofmann, de 72 anos, pai de Graziele. Sobre o que espera do julgamento, o pai não quis comentar. "Não quero falar sobre isso, estou pesado", comentou apreensivo.

Lucas chegando no plenário onde será julgado nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
Lucas chegando no plenário onde será julgado nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)

Caso - Conforme a investigação, conduzida pelo delegado Carlos Delano, da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), e a acusação, Maria Graziele e Lucas viveram juntos por oito anos, mas tinham um relacionamento conturbado, marcado por “ciúme doentio e sentimento de posse” do feminicida confesso em relação à jovem. Eles estavam separados quando o crime aconteceu.

No dia 14 de abril, aniversário de Lucas, ela aceitou ir até a casa do rapaz, na Rua Mitsuyo Aratani, no Parque do Lageado, para comemorar a data. Segundo a denúncia, os dois mantiveram relação sexual e permaneceram deitados conversando.

A jovem então comentou sobre o medo que sentia de ser morta pelo companheiro e nesse momento, foi imobilizada por ele. Aplicando um mata-leão, Lucas virou Maria Graziele, que à época tinha 21 anos, de bruços na cama e a matou asfixiada. Só seis horas depois, ainda segundo a apuração, ele colocou o corpo da vítima no carro e a levou até a BR-262. O cadáver da estudante foi encontrado cinco dias depois.

Na ocasião, em depoimento, Lucas afirmou que matou Maria Graziele por impulso. Nos cinco dias que a jovem ficou desaparecida, o suspeito fingiu ajudar a família a procurar a ex-mulher e tentou atrapalhar as investigações, mas acabou descoberto e detido.

Stephan, pai de Graziele, falou com a imprensa antes de o julgamento começar (Foto: Henrique Kawaminami)
Stephan, pai de Graziele, falou com a imprensa antes de o julgamento começar (Foto: Henrique Kawaminami)

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