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Capital

Revoltados com crime brutal, familiares e amigos se despedem de professora

Paula Vitorino e Paula Maciulevicius | 23/08/2012 10:20

Irmão da vítima pede justiça. (Foto: Minamar Júnior)
Irmão da vítima pede justiça. (Foto: Minamar Júnior)

Na despedida da professora Zilca Fernandes Marques, de 46 anos, morta com cerca de 12 facadas, o sentimento de revolta e tristeza é comum entre amigos e familiares. Ainda sem entender o motivo do crime, eles pedem justiça.

O irmão da vítima, Gentil Fernandes Marques, de 49 anos, diz que a família tem certeza de que tenha sido um assassinato, com sinais de frieza e crueldade. Para ele, o principal suspeito é o marido de Zilca, Evandro Fernandes.

“Só moravam os dois, aí ela aparece morta e ele foge, levando os carros dela. Se fosse um latrocínio, outra pessoa entrado na casa, ele (o marido) devia ter acionado a Polícia na hora”, diz.

Gentil acredita que a motivação para o crime possa ser ciúmes ou a recaída de Evando na dependência química. O casal estava junto há cerca de 1 ano e Evandro fazia tratamento para sair do vício das drogas.

Há indícios de que o marido teria voltado a usar drogas, inclusive momentos antes do crime. A Polícia encontrou resquícios de entorpecente na cena do crime.

O casal morava em residência ao lado da chácara de recuperação de dependência química Vida Plena, que foi criada pela família de Evandro por conta do vício do rapaz.

Crime - O corpo foi encontrado na manhã de ontem, mas a perícia suspeita que ela tenha sido morta há cerca de 30 horas. O irmão conta que na terça-feira (21), ao meio-dia, a filha da vítima ligou para a mãe, mas Evandro atendeu o celular e disse que a esposa estava dirigindo. À tarde, a mãe de Zilca ligou e novamente Evandro atendeu ao telefone.

“A perícia aponta que nessa hora ela já estava morta. Ele teve o dia inteiro para planejar a fuga. Foi muita frieza”, calcula.

Ele ainda conta que o crime só foi descoberto depois que a mãe de Evandro, que era vizinha do casal, ligar para a mãe de Zilca dizendo que a casa estava toda aberta.

“Ela foi buscar a minha mãe para ir até a casa, garantiu que não tinha entrado, mas no caminho falou ‘se foi meu filho, você perdoa?’”, diz.

Na casa, a mãe encontrou diversas roupas e lençóis jogados no chão e com sangue. O irmão conta que a mãe foi levantando os panos até que viu a perna da filha e entrou em desespero.

A perícia aponta que Zilca estava lavando louça, quando o autor deu três facadas nas costas, ela virou e tentou se defender, mas levou uma facada na mão e mais três no peito. Zilca caiu, de bruços, e o autor continuou dando facadas.

Perda - Zilca era coordenadora de curso de pós-graduação de um instituto e foi professora por 20 anos. Ela já tinha sido casada e deixa dois filhos adultos.

O amigo Igor Lima, de 22 anos, pede justiça. “A gente tem sede de justiça. É uma perda muito grande, ela era cheia de vida”, diz.

O rapaz é amigo da família e conta que já fez tratamento na chácara Vida Plena e que, na época, Zilca foi uma das pessoas que lhe deu apoio.

O enterro da professora será às 10h30 no Jardim das Palmeiras.

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