Santa Casa ameaça paralisar ambulatório e cirurgias se não renovar contrato
A Santa Casa de Campo Grande ameaça paralisar novamente o atendimento ambulatorial e as cirurgias eletivas a partir do próximo dia 7 se não for renovado o contrato com a Prefeitura da Capital para o repasse de R$ 4 milhões mensais por cinco anos, com reajuste anual, conforme firmaram acordo, no início de maio, em uma reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.
O diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade gestora do hospital, Wilson Teslenco, disse, há pouco ao Campo Grande News, que nesta quarta-feira, dia 3, haverá nova reunião na Assembleia para debater o assunto e espera que os representantes do Governo do Estado e da Prefeitura de Campo Grande apresentem uma solução definitiva para o caso. “Minha expectativa é que o Estado e o município se alinhe e renove o contrato por cinco anos, conforme seus representantes fizeram compromisso na reunião do mês passado”, comentou.
Teslenco explicou que a instituição tem diversos recursos em atraso junto à Prefeitura, referente a atendimentos de 2014 e de abril passado. Só de alta complexidade somam R$ 1,7 milhão. “São valores que, acumulados, começam a dificultar o atendimento do hospital”, reiterou.
Segundo o diretor-presidente, a Santa Casa já aplicam R$ 15 milhões por ano com recursos próprios, advindos de convênios particulares, doações à Associação Beneficente e serviços de assistência hospitalar. “Precisamos de, pelo menos, R$ 4 milhões por mês para mantermos o equilíbrio das contas”, afirmou Teslenco, acrescentando que esse valor refere-se ao valor repassado em novembro de 2014, para completar o valor total do repasse mensal ao hospital de R$ 20,75 milhões (governo e município).
Provisório – No dia 12 de maio a Prefeitura assinou o contrato provisório com a Santa Casa que previa repasse de R$ 3 milhões, válido até o dia 7 de junho, sendo R$ 2,5 milhões para atendimentos de baixa e média complexidade e R$ 500 mil para a alta complexidade. Também ficou previsto um estudo para elaboração de um termo definitivo com prazo de 05 anos, com reajuste anual, e também o reconhecimento por parte da prefeitura, de dívidas com o hospital.
Ficou estabelecido ainda que até o final de maio os representantes do governo, município e técnicos do hospital iriam produzir relatório sobre o fluxo de atendimento, condição essencial para que a gestão estadual pudesse definir o valor a ser repassado mensalmente no intuito de auxiliar o município com as despesas da Santa Casa.
Wilson Teslenco disse que os representantes da comissão, formada pelo Estado e o município, passaram 15 dias no hospital acompanhando o atendimento e recolhendo informações detalhadas sobre as despesas. “Estamos a cinco dias do vencimento do contrato provisório e até o momento não tivemos nenhuma sinalização sobre a renovação”, comentou.
Na reunião desta quarta-feira na Assembleia Legislativa vão participar, além da direção da Santa Casa, representantes do Estado e da Prefeitura, deputados estaduais da Comissão de Saúde da Casa, vereadores da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Campo Grande, membros dos conselhos Estadual e Municipal de Saúde, mais a promotora da Justiça da Saúde Filomena Fluminhan.