Santa Casa promete ativar leitos no CTI e ampliar equipe no Pronto Socorro
Um pré-acordo e promessas de melhorias foram o saldo da reunião entre MPT (Ministério Público do Trabalho), direção da Santa Casa e representantes das secretarias municipal e estadual de Saúde.
Marcada por tensão e trocas de acusações, foi realizada hoje no MPT e durou cerca de três horas. Foi definido que o uso do ambú, utilizado na respiração manual, será restrito a dez minutos. Depois, o enfermeiro terá direito a descanso de igual período. Porém a exigência já prevê descumprimento em caso de situação de força maior.
A medida veio após ação do Siems (Sinsdicato de Enfermagem), que denunciou que o ambú era utilizado por horas, quando o correto é o uso emergencial para garantir sobrevida ao paciente enquanto o respirador mecânico é preparado.
Presidente da junta interventora que administra o hospital, Jorge Martins anunciou também o reforço das equipes. Serão mais dois técnicos de enfermagem por plantão. Atualmente, são quatro técnicos e um enfermeiro para atender o setor de emergência do Pronto Socorro.
Ele também afirmou que seis leitos do CTI 3 serão ativados até a próxima quinta-feira. Em meio ao crônico problema de falta de leito, o CTI ncontra-se desativado devido a uma reforma.
A reunião de hoje foi um desdobramento de uma audiência realizada na última quinta-feira. O objetivo era objetivo era sacramentar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), com compromissos para melhorar o atendimento no hospital. Mas o plano foi frustrado porque o governo Estado não enviou um representante legal que pudesse assinar o documento.
Conforme o secretário adjunto da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Eugênio Barros, que compareceu à reunião, somente o governador André Puccinelli ou a secretária Beatriz Dobashi, que está de férias, poderia assinar o termo. “Fiquei frustrado pela ausência do Estado, com a falta de um comprometimento numa questão como essa”, afirma o procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes.
De acordo com ele, o pré-acordo elimina a necessidade de propor medida cautelar na justiça. Uma nova reunião foi marcada para 9 de junho. O governo do Estado remanejou, de forma emergencial, dez respiradores do hospital de Nova Andradina para a Santa Casa.
Novo problema – Durante a reunião, o chefe do CTI (Centro de Terapia Intensiva), Wilson Ferreira Júnior denunciou que a falta de médcos intensivistas impede o fechamento dos plantões.
Ele denuncia que o déficit no quadro de profissionais leva os trabalhadores a uma escala de 72 horas semanal, no limite da capacidade humana.
O diretor clínico da Santa Casa, Luiz Alberto Kanamura propôs que Estado e prefeitura se comprometessem a fechar 30% da escala de médicos, enquanto o hospital se responsabiliza por 70%. A proposta foi rejeitada.