Santa Casa suspende cirurgias eletivas e alega superlotação
A Santa Casa de Campo Grande suspendeu nesta semana a realização das cirurgias eletivas. De acordo com o diretor-técnico Luiz Alberto Kanamura, esta é a primeira vez no ano que os procedimentos agendados são suspensos por tanto tempo.
“Neste ano, o máximo era suspensão por algumas horas”, afirma. Hoje, o cenário é de superlotação. Conforme o diretor, 23 pacientes, casos de urgência, estão à espera de vaga para cirurgia ortopédica. Por mês, segundo dados do ano passado, o hospital faz em média 540 cirurgias ortopédicas.
As justificativas são fartas. “Tem várias coisas, como os acidentes, redução do atendimento de ortopedia no Hospital Universitário, o jogo do Corinthians ontem”, explica Kanamura.
Ele relata que até os apartamentos foram ocupados e não há mais onde colocar pacientes. Das eletivas, somente são realizadas cirurgias em pacientes com câncer e problemas cardíacos. A suspensão começou na segunda-feira e deve durar, pelo menos, até amanhã.
“É por causa da superlotação. Tem os acidentes de trânsito, a violência urbana. A capacidade do hospital é uma. Não temos cem salas lá, o número é limitado”, afirma o secretário municipal de Saúde, Leandro Mazina. O centro cirúrgico da Santa Casa tem 16 salas.
Por falta de perfurador ósseo, o HU não está realizando procedimentos cirúrgicos no setor de ortopedia. Ontem, por meio de nota, o hospital informa que mantém os demais atendimentos e a direção se comprometeu a encaminhar, em caso de urgência, os pacientes para rede privada e custear o procedimento.
Conforme o secretário, a informação foi repassada somente para a imprensa e a Sesau não recebeu nenhum documento oficial à respeito do custeio de procedimentos.
Conforme o diretor técnico da Santa Casa, a realidade é que os casos de cirurgia ortopédica nem estão sendo levados para o Hospital Universitário.
A Santa Casa é o maior hospital de Mato Grosso do Sul e desde 2005 está sob intervenção do Poder Público. Fazendo o balanço das contas, o déficit no hospital chega a R$ 2,5 milhões por mês.