Saúde apura falha de UPA ao atender criança que morreu com dengue
O atendimento prestado a uma criança de 8 anos que morreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, em Campo Grande, no dia 12 de janeiro deste ano, será investigado por uma comissão de sindicância da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). A investigação deve identificar possíveis falhas na condução do caso.
A comissão terá 30 dias para apurar possíveis irregularidades no atendimento e apresentar um relatório do caso. A investigação foi designada após uma reportagem publicada no Campo Grande News sobre a morte Maria Fernanda Amarilha Pereira, de 8 anos, que tinha dengue clássica.
Ela foi atendida na UPA no dia 10, passou a noite em observação e recebeu alta no dia seguinte, por volta do meio dia. A criança voltou a passar mal e retornou para a unidade às 22 horas, também no dia 11, e morreu horas depois.
Na ocasião a Secretaria afirmou que a morte seria investigada porque a criança tinha cardiopatia congênita. O problema no coração poderia ter interferido no tratamento e causado a morte. Mas a família da menina negou qualquer outra doença e afirmou que ela era saudável.
Agora, a Sesau criou oficialmente a comissão – em ato publicado hoje (19) no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) –, mas deixou claro que a investigação é justamente por conta dos “indícios de irregularidades” para “verificar se houve falha no atendimento prestado à criança” na UPA.
Outra morte também é investigada, mas por enquanto apenas pela SES (Secretaria Estadual de Saúde). A estudante Karolina Ribeiro Soares Rodrigues, 16 anos, morreu na quarta-feira (13), horas após ser internada no HR (Hospital Universitário). Ela passou por duas consultas no CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Coophavilla, em Campo Grande, antes de ser levada para o HR.
A SES – que responde pelo hospital –, informou que o caso também passou a ser investigado pela Vigilância Epidemiológica como suspeito de dengue, mesmo antes da confirmação do exame sorológico.
A Sesau informou que nas duas vezes que esteve no CRS, ela foi atendida de forma padrão para casos suspeitos de dengue: recebeu hidratação e foi liberada em seguida. Porém na manhã de quarta-feira (13) ela foi transferida para o HR, às 9 horas, onde chegou consciente e relatou que estava com dores nas costas. Apenas 15 minutos depois sofreu uma parada respiratória e foi encaminhada para o CTI (Centro de Terapia Intensiva). No local ela foi reanimada por duas horas, mas não resistiu e morreu.