Se quiser Carnaval, folião tem de mudar comportamento, avisa prefeito
Para prefeito, a cada ano, as pessoas desanimam da festa tradicional diante de situações constatadas após as festas
As pessoas têm de melhorar o comportamento nas ruas se quiserem “salvar” o Carnaval, avalia o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). Garantido graças a um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), a festa na Esplanada Ferroviária, por exemplo, vai ocorrer neste ano sob algumas regras como horário para acabar.
Campo Grande já não terá folia na Avenida Inrterlagos, porque a prefeitura a cancelou em virtude dos estragos causados pela chuva desta semana - R$ 380 mil que seriam aplicados na festa será remanejado para reparação dos estragos. Do outro lado da cidade, porém, o Carnaval ficará por conta do tradicional desfile das escolas de samba, na Praça do Papa, a partir de segunda-feira (dia 4).
“A empolgação nesta festa tem diminuído cada ano que passa”, diz o prefeito. Segundo ele, não é só na Capital, que enfrenta quase todo ano um problema diferente para garantir a festa, mas “em grandes centros” também. “Porque quase não teve? Pelo jeito de se comportar das pessoas”.
Depredação, lixo nas ruas, cheiro de urina, entre outros, são citados como motivos que, se não afastam os foliões, faz com que o restante da população e o Ministério Público percam “a paciência”. ”Não justifica cada noite ver 40 pessoas em estado de coma etílico, depredação, carros estacionados no meio da rua. Então isso, cada vez mais, vem cansando a paciência dos fiscais da lei. E o MP está agindo. Se não cumprir direito [o TAC], não vai ter jeito”.
Quase – A cidade quase perdeu a festa que, hoje, é mais animada. Cordões e blocos na Esplanada Ferroviária já chegaram a reunir 30 pessoas em um dia de Carnaval, mas, em 2018, ficou por um fio. O Ministério Público se manifestou contrário à animação no local, depois de ouvir moradores da região.
Na ocasião, chegou-se a cogitar a realização no Autódromo Internacional de Campo Grande, na saída para Três Lagoas, o que seria inviável pela distância. A segurança e não ter área de evacuação, na Esplanada, foram citados como motivo para cancelar a festa.
Foi só no começo deste ano que o MP e prefeitura celebraram um acordo. A condição, para a festa, era que o Executivo municipal garantisse estrutura e faça cumprir o horário do evento, das 14 das 22 horas. Até então, as pessoas ficaram até a madrugada. Em 2017 e 2018 foi necessário, inclusive, a intervenção da Polícia Militar em todas as noites, para a dispersão do público.
A região é tombada como patrimônio histórico, mais um motivo de preocupação da 26ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico, Cultural, Habitação e Urbanismo, que propôs o TAC. O município terá de garantir estrutura e cumprir o horário do evento, de 14h às 22h.