Secretária presta contas e vereadores cobram leitos hospitalares na Capital
Rosana Leite assegurou que há plano para resolver todos os desafios enfrentados na área da saúde
A falta de leitos hospitalares em Campo Grande foi a principal queixa dos vereadores durante audiência de prestação de contas da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) na Câmara Municipal, nesta sexta-feira (27). A secretária Rosana Leite levou números sobre os últimos quatro meses e respondeu questionamentos sobre o funcionamento de unidades, ambulâncias e a falta de vagas para cirurgias, que leva pacientes a conseguirem os procedimentos por meio judicial com custos elevados.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Victor Rocha, o “Dr. Victor” (PSDB) e o vice-presidente André Luís Soares da Fonseca, o “Prof. André” (PRD), fizeram perguntas também sobre aumento da folha salarial.
A secretária disse que para todos os problemas apresentados estão sendo planejadas e implementadas soluções aos poucos, mas não falou em aumentar leitos. Rosana argumentou que até os hospitais particulares estão sem leitos em função da alta demanda de doenças respiratórias e não têm recurso pessoal para ampliação, mas em seguida, o vereador Prof. André pontuou que alguns dos hospitais já informaram que podem ampliar o atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) se a prefeitura contratar os serviços.
“A meta é aumentar a prevenção de situações crônicas para reduzir a demanda de leitos”, disse Rosana. A secretária informou que há 227 equipes de saúde da família atuando e lembrou, ainda, que está em curso o projeto para construção do Hospital Municipal. Outro destaque foi para a atuação de uma equipe de escritório de alta e gestão de leitos que vai até as unidades atender os pacientes, que tem à disposição cardiologista, urologista, neurologista, cirurgião geral, cirurgião vascular e exame de ultrassom.
O vereador Victor destacou que a prestação de contas revelou que antes haviam mais de 100 remédios faltando e, agora, a lista tem 16 zerados dos 245, ou seja, estoque de 93%, e também a questão do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Na última audiência pública, um grande problema era a questão do Samu. Eram três ou quatro e agora tem 14 funcionando”, disse, além de pedir que seja reinaugurada a farmácia da Upa (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida, que atende mais de 100 mil pessoas da região.
“A gente ainda precisa avançar em algumas áreas, que eu vejo, por exemplo, o número de leitos hospitalares, urgente. Sei que já foi aprovado o projeto do hospital municipal, mas esse é a médio e longo prazo. De imediato, a gente precisa ampliar leitos hospitalares. Ainda é um desafio do próximo gestor e outro desafio são as demandas judiciais. Tem um recurso importante sendo sequestrado do município”, destacou Victor.
O vereador André Luiz informou que a Santa Casa tem possibilidade de ampliar os leitos em 80, dependendo apenas da prefeitura, enquanto o Hospital Regional consegue aumentar em torno de 80 leitos. “Então, são coisas que precisamos trabalhar também daqui para frente”.
André anunciou que em novembro e dezembro, após as eleições, a Comissão de Saúde pretende fazer uma série de audiências públicas para que os vereadores eleitos e o próximo prefeito conheçam a realidade.
Os vereadores lembraram que dos R$ 22 milhões sequestrados, neste ano, para fazer procedimentos que a Justiça manda realizar, quase 60% são para cirurgias. As demandas são judicializadas depois que os pacientes ficam aguardando por muito tempo.
A secretária disse que a gestão teve pouco tempo para sanar os problemas que ainda persistem, mas fez quatro auditorias internas e tem plano de ação para melhorar os serviços, além de ter implantado o PEC (Prontuário Eletrônico do Cidadão) nas unidades de saúde e continua revitalizando unidades.
Rosana citou como exemplo as melhorias feitas nos postos 26 de Agosto, em Anhanduí, no CEO (Centro De Especialidades Odontológicas) Cidade Morena, nas USF (Unidade de Saúde da Família) Coophavila,USF Dom Antônio Barbosa, USF Santa Carmélia, UPA Leblon, além da inauguração do Pronto Atendimento Infantil no bairro Tiradentes em julho deste ano. A secretária expôs ainda números referentes à manutenção de unidades realizadas nos últimos meses.
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