Sem médicos, secretário atende a crianças doentes em UPA na Capital
Antes de Marcelo Vilela chegar, segundo usuários, a situação era de caos diante da demora no atendimento
Sem pediatras e com apenas dois médicos clínico-gerais para prestar serviço a dezenas de pacientes na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, o secretário de Saúde de Campo Grande, Marcelo Vilela, foi à unidade atender crianças e adultos. Segundo as mães, até então, a situação era de caos e descaso. Mesmo com reforço, houve gente que foi embora sem atendimento.
Por volta das 13h30, a dona de casa Jaqueline Delmondes, 31 anos, procurou à unidade em busca de auxílio médico para a filha de 4 meses, que nasceu prematura e está resfriada. Porém, foi informada que não havia médicos pediatras ou mesmo previsão de atendimento.
Depois de duas horas, Jaqueline acabou desistindo. “Tem de ter pediatra nas unidades de pronto-atendimento. A criança não escolhe quando vai ficar doente. A gente gasta dinheiro com condução para vir até o posto de saúde e ainda tem que ir embora sem atendimento”, lamentou. A dona de casa mora no Bairro Estrela do Sul.
Depois de muito custo, Janaína Socorro da Cruz Rezende, 30 anos, conseguiu atendimento para o filho de 8 anos que durante brincadeira na rua quase teve um dos dedos do pé decepado.
“Cheguei aqui desesperada. Meu filho perdeu muito sangue. Mas, ninguém foi capaz de pegar uma cadeira de rodas para me ajudar”, reclamou. A criança foi atendida e aguarda transferência para a Santa Casa. O desafio agora é conseguir uma vaga no hospital e ambulância para fazer o transporte.
Os pacientes relataram à reportagem que além de não ter médico, alguns funcionários tratam os usuários muito mal. “O serviço aqui é muito ruim. Hoje de manhã, cerca de 30 crianças aguardavam atendimento. Os funcionários tratam a gente com má vontade e ninguém informa nada”, afirmou.
Ele disse que chegaram a chamar os Guardas Municipais para os usuários que tentavam saber se seriam atendidos ou não. “Não havia necessidade disso tudo, pois ninguém tinha se exaltado. A coisa só começou a andar depois que o secretário chegou”, disse.
A telefonista Regiane Bueno que por volta do meio-dia entrou em contato com a redação para reclamar da situação na unidade conseguiu atendimento para o filho de 3 anos. Ele foi consultado pelo secretário e aguarda exame de raio-X. O menino está com pneumonia.
A reportagem tentou falar Vilela mas, diante da demanda de atendimentos, não foi possível. Indagada sobre a situação, a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) respondeu que, desde o começo do ano, Marcelo Vilela tem feito atendimento em postos de saúde com frequência.