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Capital

Sem poder parar, funcionários depositam confiança em medidas de prevenção

Mesmo com surtos de coronavírus em frigoríficos do Interior, trabalhadores se sentem seguros para trabalhar na Capital

Tainá Jara e Liniker Ribeiro | 21/05/2020 18:19
Na Capital, frigorífico aumentou a frota de ônibus para o transporte de funcionários (Foto: Kisie Ainoã)
Na Capital, frigorífico aumentou a frota de ônibus para o transporte de funcionários (Foto: Kisie Ainoã)

Sem poder parar e enfrentando o contato quase inevitável com outras pessoas durante a pandemia do novo coronavírus, os funcionários do Frigorífico da JBS, em Campo Grande, depositam a confiança nas medidas de prevenção adotadas pela indústria. Medição de temperatura, revezamento de turnos e até mais ônibus para realizar o transporte de equipes são alguns dos protocolos adotados para evitar contaminações na unidade.

No Interior do Mato Grosso do Sul, as indústrias da carne chegaram a registrar mais de 100 casos de covid-19 entre funcionários. Algumas, inclusive, tiveram de suspender as atividades temporariamente para evitar novas contaminações. Na cidade de Guia Lopes, mais de 60 trabalhadores foram diagnosticados com a doença e levaram o município a 7º do País com mais confirmações, e em Dourados, as contaminações nas indústrias levaram o vírus até as reservas indígenas.

Na contramão, a Capital não está nem entre os 15 municípios com maior incidência da doença no Estado e os protocolos adotados por frigoríficos como o JBS, localizado na saída para Sidrolândia, têm surtido efeito ao menos aos olhos dos funcionários.

Funcionários entrevistados nesta quinta-feira pela reportagem do Campo Grande News afirmaram que houve temor em ter de trabalhar, durante o início da pandemia. Com o passar dos dias e a adoção das medidas de prevenção, eles se sentiram mais seguros.

“A exigência da diretoria é grande. Logo na entrada estão aferindo temperatura. Colocaram mais ônibus para o transporte de funcionários. Agora não pode mais sentar um ao lado do outro. É um por fileira”, afirmou funcionário de 35 anos.

Outro trabalhador da indústria, de 26 anos, destacou a mudança nos turnos das equipes para evitar maiores aglomerações. “Quem é do abate, nem vê mais o pessoal da desossa, porque eles entram mais tarde”. Segundo ele, pessoal pertencentes ao chamado grupo de risco, como os idosos, foram liberados do trabalho.

Funcionário de 24 anos descarta a chance de haver na unidade, contaminações como as registradas no Interior. “Esses dias um cara até levou ralo, porque estava com a máscara somente na boca, com o nariz de fora”, lembrou.

Além disto, ele afirmou que a empresa colocou álcool em gel em todos os setores, e até os talheres, oferecidos no refeitório, estão separados e dentro de saquinhos. O uso de máscara dentro da unidade também é obrigatório.

Até esta quinta-feira, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmou 746 casos de coronavírus no Estado, sendo que 17 pessoas morreram. A Capital tem o maior número de pessoas diagnosticadas com a doença, são 222 confirmações

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