Sem recursos do Minha Casa Minha Vida, corretores convocam protesto
Com apoio de construtores, manifestação será realizada na próxima semana, em Campo Grande
Com contratos parados por falta de recursos do Minha Casa, Minha Vida, construtores e corretores de imóveis de Mato Grosso do Sul prometem ir às ruas, na próxima semana, com objetivo de cobrar explicações por parte da Caixa Econômica Federal pela demora no repasse de verbas por parte do programa. Conforme o Sindimóveis, ao menos 150 contratos estão parados, há cerca de dois meses, aguardando liberação do banco.
“O governo é quem libera o subsidio, mas chega na hora de assinar o contrato a Caixa fala que não tem recurso”, revela a vice-presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis, Andreia Camargo. A dificuldade, segundo ela, além de trazer prejuízos financeiros para construtores e corretores, pode atrasar o processo para que o cliente consiga adquirir um imóvel, por conta da burocracia do programa.
“O problema é que os contratos estão prontos, aguardando apenas a liberação do dinheiro para serem assinados. Se demorar muito mais tempo, certidões que custam mais de R$ 100 e, inclusive, a análise de crédito que é feita do cliente, vão vencer e só poderão ser feitas novamente depois de 120 dias”, explica Andreia.
Ainda segundo ela, a situação vem impactando a situação financeira dos trabalhadores, que ficam sem receber. “Tem pedreiro desempregado, construtor parado, corretor sem vender, está virando um bola de neve”, ressaltou.
Realidade que a corretora Claudia Maciel Mosqueira, vivencia de perto. “Só eu tenho 6 contratos parados, dependendo apenas da liberação de verba por parte do programa, e isso está nos prejudicando”, revelou.
Claudia lembra ainda que, recentemente, o Governo anunciou a liberação de R$ 600 milhões para destravar programas como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida, sendo que R$ 443 milhões seriam especificamente para o programa de compra de imóveis. Mas, até o momento, não ouve liberação por parte da Caixa Econômica Federal.
“Atrapalha quem constrói, quem vende e quem compra”, analisa a corretora. A reportagem entrou em contato com a Caixa Econômica Federal para saber se há previsão para liberação de recursos, mas não houve resposta até a publicação da matéria.