Médicos defendem ampliação da faixa etária para mamografia de rastreamento
Especialistas recomendam exame a partir dos 40 anos, enquanto diretriz atual indica após os 50
Entidades médicas apresentaram à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) um parecer que defende a realização da mamografia de rastreamento para todas as mulheres entre 40 e 74 anos. O documento pode influenciar as políticas de prevenção ao câncer de mama nos planos de saúde.
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Em Campo Grande, nos últimos 10 anos, foram diagnosticados 1,6 mil casos de câncer de mama. Apenas em 2023, 223 mulheres receberam esse diagnóstico, representando mais da metade da estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para o ano, que era de 390 casos na Capital.
Diante desse cenário, a ANS lançou, em dezembro, uma consulta pública para receber contribuições sobre o programa, além de divulgar uma cartilha preliminar com orientações para os planos de saúde que buscam certificação. No entanto, a medida gerou protestos, já que entidades médicas discordam das regras propostas.
Atualmente, a mamografia de rastreamento é recomendada para mulheres entre 50 e 69 anos. No entanto, especialistas defendem que essa diretriz exclui uma parcela significativa da população, reforçando a necessidade de antecipar o exame em 10 anos.
Entre as entidades que apoiam a mudança estão o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
O grupo argumenta que, em 2023, 22% das mulheres que morreram por câncer de mama no Brasil tinham menos de 50 anos, enquanto 34% tinham mais de 70. Além disso, apontam que o número de casos tem crescido entre mulheres mais jovens, com tumores geralmente mais agressivos e maior risco de metástase.
Outro dado relevante é que, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), menos de 60% das mulheres de 50 a 69 anos haviam realizado mamografia nos dois anos anteriores à entrevista.
Mesmo com os números alarmantes, entidades médicas temem que planos de saúde passem a negar exames de rotina para mulheres fora da faixa etária recomendada, mesmo quando cobertos pelo rol obrigatório.
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