Semadur barra ambulantes que há anos montavam trailers na Ceará
Seis fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) começaram a barrar a partir desta segunda-feira (10) os vendedores ambulantes que trabalhavam em frente a Uniderp/Anhanguera, na avenida Ceará, em Campo Grande.
De acordo com os funcionários da Prefeitura, os vendedores foram notificados na semana passada para que regularizassem a situação. Como não houve acordo, se os vendedores forem flagrados no local novamente terão a mercadoria apreendia e serão multados.
Chateado com a situação, Edson Vitor Martins de Oliveira, 40 anos, dono de um trailer no local há 11 anos, afirma que já procurou a Prefeitura para regularizar a situação, mas até agora não conseguiu resolver.
“Eu trabalho aqui com a minha esposa e meus filhos. Não quero brigar e nem ser um fora da lei, apenas quero vender o meu produto e tirar daqui o sustento da minha família”, diz, acrescentando que hoje, por exemplo, vai deixar de ganhar livre R$ 200.
A outra reclamação é de Paulo Botelho, de 44 anos, que vende cachorro quente há 18 anos em frente da universidade. “Eles falam para a gente procurar a Prefeitura, mas lá não tem como negociar. Eles querem que a gente arrume outro ponto”, reclama, dizendo que por noite vende no mínimo 70 lanches no local.
Segundo Paulo, que vende o cachorro quente em uma Tawner, chegou a construir uma rampa para uma acadêmica cadeirante. “A moça descia do ônibus e não havia nehuma rampa de acesso no local. Agora a Prefeitura está preocupada com acessibilidade?”, questiona.
Ele acrecenta dizendo que não bloqueia a passagem de pedestres, pois a mini-van com as cadeiras ficam no canto da calçada. Ainda conforme os vendedores, as alunas ficam nos trailers esperando o ônibus passar, porque é mais seguro.
De acordo com o Decreto n°11.090 de 2010, que regulamentou a Lei 2.909/1992, as calçadas devem ter uma faixa livre e desimpedida de obstáculos para o trânsito de pedestres e uma faixa de serviço, destinada à implantação do chamado mobiliário urbano, como pontos de ônibus, táxis e outros.
A medida prevê que, pelo menos na teoria, o pedestre possa contar com pelo menos 1,5 metros para a passagem. Mas na prática, a medida acaba desrespeitada por quem precisa do espaço público para trabalhar.
Em abril, o Campo Grande News denunciou a ocupação irregular das calçadas na região da universidade.