Sindicato leva bolo para "comemorar" 2 meses de greve que afeta 35 escolas
Para “comemorar” dois meses de greve, que compromete parcialmente o movimento de 35 das 94 escolas municipais, a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) armou uma festa em frente à Prefeitura Municipal de Campo Grande. Os professores compraram dois bolos e adereços de festa para lembrar a dificuldade em fechar um acordo sobre o reajuste salarial, que seria de 13,01%.
A decoração foi feita em frente à prefeitura, com bexigas e um bolo decorativo preto, para simboliza o escândalo da Operação Lama Asfáltica. Os servidores vestiram chapéus de aniversário e cantaram “parabéns”, enquanto Geraldo cortava o bolo e distribuía.
O presidente da ACP, Geraldo Gonçalves, explicou que a festa é uma forma de protesto, contra a falta de diálogo com a prefeitura. Ela assegura que o prefeito possui dinheiro, por conta das 226 nomeações realizadas este mês. “Agora ficou provado que eles possuem dinheiro”, alegou.
Apesar de poucas pessoas comparecerem à festa, o presidente da ACP estimou 500 servidores na comemoração.
Os professores devem continuar na prefeitura, entregando panfletos e adesivando carros, até ás 16h30, depois irão para a sede do sindicato, para uma assembleia onde escolherão delegados para um congresso.
Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura, a SEMED (Secretaria Municipal de Educação) informou que nenhuma escola está totalmente em greve. Das 94, somente 35 aderiram à paralisação parcial. Os números da ACP são contrários, afirmando que 50% das escolas estão paradas.
Eles cobram do prefeito Gilmar Olarte (PP) o cumprimento da Lei Municipal 5.411/2014, que estabelece o reajuste de 13,01% do piso salarial nacional para 20 horas semanais. Após uma pausa de 15 dias, os professores votaram, na última segunda-feira (27), a favor da continuidade da greve.
A ultima proposta da prefeitura rejeitada pelo sindicato, previa reajuste de 8,5% em 10 vezes e condicionava o aumento à redução no gasto com pessoal, foi rejeitada pela categoria. Geraldo alegou que a proposta do município piorou em relação a anterior, porque não prevê a retomada da negociação em outubro para o 4,5% restantes e ainda condiciona o reajuste ao gasto com a folha ficar abaixo do limite prudencial de 51,3% da receita, conforme prevê a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).