Só exame de DNA pode comprovar se mulher é mãe de menino torturado
Tudo indica que a mulher da cidade de Jardim, que procurou em março a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) dizendo ser a mãe do menino de 4 anos torturado pelos tios em ritual de magia negra, em Campo Grande, não seja a genitora da criança.
O Campo Grande News apurou que provavelmente a mulher, que é usuária de droga e cata papelão nas ruas para sobreviver, tenha um filho desaparecido com as mesmas características da criança, que hoje se encontra em um abrigo da Capital.
Porém, o caso deve ser investigado no município do interior e que a dúvida sobre a maternidade só poderá ser comprovada com teste de DNA, "para aliviar o coração dessa mãe que procura o filho", como disse uma fonte ligada ao caso, em segredo de Justiça, ouvida pela reportagem.
Os profissionais que cuidam de perto do menino não acreditam que a mulher seja mãe do garoto. Os pais estariam vivendo nas ruas de Campo Grande. Ele e a irmã foram encontrados em situação de abandono em uma casa na Capital.
O menino tem certidão de nascimento com os dados do pai e da mãe biológicos. Inclusive, as informações neste documento não batem com as apresentadas pela mulher. “Essa mãe tem todo o direito de investigar para saber se o menino é filho dela, mas não acreditamos nessa possibilidade”, diz uma fonte que cuida do caso da criança.
O caso - O advogado Venâncio Josiel dos Santos, presidente da Comissão de Defesa e Proteção da Criança e do Adolescente da OAB-MS, contou que a mulher acompanhada da mãe, uma senhora com idade avançada, da filha de 12 anos e de uma vizinha, o procurou no dia 23 de março apresentando uma certidão de nascimento de uma criança que pode ser a do menino.
Diante da situação, o advogado fez um ofício e encaminhou o documento para que a juíza Penélope Mota Calarge Regasso, da cidade de Jardim, tomasse conhecimento. O Campo Grande News tentou entrar em contato com a magistrada, mas ela não foi localizada.
Tortura - Quatro pessoas estão presas suspeitas de torturar o menino em rituais de magia negra. O caso que chocou a cidade veio à tona no dia 23 de fevereiro após o Conselho Tutelar constatar queimaduras e marcas de espancamento pelo corpo do garoto, que ficou internado durante 15 dias na Santa Casa.