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Capital

Mulher se diz mãe de garoto torturado e que pai o teria trocado por droga

Viviane Oliveira | 12/04/2016 11:59
Enquanto esteve internado na Santa Casa, menino recebeu visitas de super-heróis. (Foto: divulgação)
Enquanto esteve internado na Santa Casa, menino recebeu visitas de super-heróis. (Foto: divulgação)
A criança deu entrada na unidade com várias queimaduras pelo corpo, braço quebrado, orelha machucada e com ferimento em um dos olhos. (Foto: divulgação)
A criança deu entrada na unidade com várias queimaduras pelo corpo, braço quebrado, orelha machucada e com ferimento em um dos olhos. (Foto: divulgação)

Um mulher, que não vai ter a identidade divulgada, procurou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Campo Grande alegando que é mãe da criança, de 4 anos, que foi torturada pelos tios e queria visitá-lo. Ela mora em Jardim, distante 233 quilômetros da Capital, é usuária de droga, vive nas ruas catando papelão para sobreviver e, segundo consta, chega a afirmar que a criança pode ter sido usada para o pai obter entorpecentes.

Os relatos da suposta mãe, no entanto, divergem das informações que as autoridades tem sobre o menino, até então de que a avó materna estava com a guarda dos netos e teria devolvido à Justiça, porque não tinha condições de criá-los por motivo de saúde. O menino foi adotado pelos tios em maio do ano passado e a menina permaneceu no abrigo. 

De acordo com o advogado Venâncio Josiel dos Santos, presidente da Comissão de Defesa e Proteção da Criança e do Adolescente da OAB-MS, a mulher acompanhada da mãe, uma senhora com idade avançada, da filha de 12 anos e de uma vizinha, o procurou no dia 23 de março apresentando uma certidão de nascimento de uma criança que pode ser a do menino.

Porém, não tem como saber, porque a mulher alegou que toda a documentação do filho foi alterada. Ao advogado, a suposta mãe contou que a adolescente e o menino moravam na casa da avó em Jardim e que sempre o pai biológico buscava os dois para passar uns dias com ele.

Certo dia, o homem saiu com o menino e não apareceu mais. Como o garoto estava com o pai, a família não procurou a Polícia Civil para registrar o desaparecimento na época.

Ela disse que só tomou conhecimento da situação, quando o caso da criança torturada veio à tona no dia 23 de fevereiro. A mulher acredita que o pai, também dependente químico, pode ter vendido ou trocado o menino por droga.

Diante da situação, o advogado fez um ofício e encaminhou o documento para que a juíza Penélope Mota Calarge Regasso, da cidade de Jardim, tomasse conhecimento. A advogada Janet Mariza Ribas, que cuida do caso no município, relatou que ainda não se sabe se a história é verdadeira, pois ela acredita que o menino é filho dela, mas ainda não tem nada comprovado.

O caso - Os tios do menino, a mãe da tia da criança e um primo de 18 anos estão presos suspeitos de torturar o menino em rituais de magia negra. O caso que chocou a cidade veio à tona após o Conselho Tutelar constatar queimaduras e marcas de espancamento pelo corpo do garoto, que ficou internado durante 15 dias na Santa Casa.

Os tios e o primo confessaram a violência e disseram que agiam sob influência de uma entidade. Caso sejam condenados, os suspeitos podem pegar de 5 a 13 anos de prisão. Eles foram indiciados pelos crimes de tortura duplamente qualificada, associação criminosa e corrupção de menores.

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