Só professor vai a ato e PM impede despejo de lixo na casa de Amorim
O único a aparecer para jogar lixo na frente da casa do empresário João Amorim, o professor Ascânio Bottini, 56 anos, foi impedido pela Polícia Militar de deixar dois sacos de lixo no local sob a alegação de ser detido e autuado por crime ambiental.
João Amorim é investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pela Polícia Federal nas operações, respectivamente, Coffee Break e Lama Asfáltica, e sogro do proprietário da CG Solurb, Luciano Dolzan, empresa responsável pela coleta do lixo na Capital.
Indignado com a sujeira que toma conta da cidade, o professor organizou o protesto pelo Facebook marcado para às 10h30 deste sábado e chegou a ter a confirmação de mais de 70 pessoas. Ao descer do carro com dois sacos lixo e deixá-los na frente da casa do empresário, Ascânio foi abordado por uma viatura da PM, que fazia a vigilância desde o início da manhã na esquina das ruas Antonio Oliveira Lima com a José Mariano, no bairro Vendas.
Os policiais solicitaram que o professor recolhesse o lixo de volta para o carro para evitar que fosse detido e autuado por crime ambiental. Ascânio obedeceu a polícia e ainda permaneu no local por mais uns 20 minutos aguardando que outras pessoas pudessem chegar, o que não aconteceu até por volta das 11h.
Enquanto a equipe do Campo Grande News permaneceu no local, junto com outros cinco veículos de imprensa, a Polícia Militar enviou mais duas viaturas para vigiar a casa do empresário, inclusive um carro do Grupo Tático, que atua em ações de distúrbios e conflitos, parou na rua e saiu após verificar o fracasso do protesto.
Ao serem questionados sobre a presença da polícia no local, um dos PMs, chegou a falar que foram solicitados para evitar possível invasão de domicílio. Duas viaturas permaneceram na proximidade da casa do empresário após o manifestante ter ido embora.
Ascânio Bottini, que chegou a levar uma garrafa de café para oferecer aos manifestantes, disse não sentir-se frustado diante da falta de pessoas no manifesto, considerando as condições do tempo ruim nesta manhã, com o frio e possibilidade de chuva. “Mas valeu a participação para manifestar minha indignação diante dos desmandos e frustação no cenário político em Campo Grande”, declarou.
O Campo Grande News procurou o proprietário na casa, mas foi atendendido por uma funcionária que informou que João Amorim não estava e ninguém poderia atender a equipe.