Sócia de Amorim alega "gravidez de risco" e não depõe sobre escândalo
Sócia do empresário João Amorim e investigada na Operação Lama Asfáltica pela Polícia Federal, Elza Cristina Araújo dos Santos Amaral alegou “gravidez de risco” e não compareceu para prestar depoimento, na manhã desta sexta-feira (4), no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Ela é a terceira pessoa a desmarcar o depoimento nesta semana na investigação da Operação Coffee Break, que apura a compra de votos para aprovar a cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP) em março do ano passado.
Conforme o promotor Marcos Alex Vera de Carvalho, Elza Cristina enviou um atestado médico em que é recomendado repouso. O depoimento estava previsto para as 9h de hoje. No entanto, ele destacou que ela deve ser ouvida na próxima semana e não só após a gravidez.
Os depoimentos do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e de um empresário de comunicação, que estavam previstos para ontem, também serão agendados para a próxima semana. Puccinelli e Elza vão prestar depoimento na condição de testemunha. O ex-governador é citado em várias conversas para articular a cassação de Bernal. O empresário de comunicação é investigado no caso.
Nesta semana, o Gaeco ouviu o deputado estadual Cabo Almi (PT), os vereadores Ayrton Araújo (PT) e Vanderlei Cabeludo (PMDB), o secretário municipal de Governo, Paulo Pedra, e o ex-secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur.
Segundo o promotor, antes de marcar a oitiva do prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP), o Gaeco vai ouvir mais 10 pessoas. Duas estão com os depoimentos marcados para quarta-feira. Ele adiantou que os dois não são políticos e um fez parte da CPI do Calote e da Comissão Processante.
O escândalo – Elza Cristina era secretária e passou para a condição de sócia de João Amorim. De acordo com a Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, ela era a responsável pelo pagamento de propinas na organização montada pelo dono da Proteco. O grupo utilizava a palavra “cafezinho” para avisar quando pagaria propina a políticos e empresários investigados.
Além de fraudar licitações e superfaturar obras públicas, a organização teria articulado a cassação de Bernal.