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Capital

Stalking agora é crime e já tem 4 registros em menos de 5 dias em Campo Grande

Nova lei institui perseguição, por qualquer meio, como crime, e passou a valer no dia 1º de abril

Ana Oshiro e Bruna Marques | 05/04/2021 10:50
Maior parte dos casos de perseguição começa em buscas nas redes sociais (Foto: Henrique Kawaminami)
Maior parte dos casos de perseguição começa em buscas nas redes sociais (Foto: Henrique Kawaminami)

Em menos de cinco dias que a perseguição foi instituída como crime no Brasil, quatro mulheres de Campo Grande procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para registrar boletim de ocorrência contra homens que a perseguem.

O novo crime passou a valer na última quinta-feira, dia 1º de abril, e até a manhã desa segunda-feira (5), quatro casos foram registrados na Capital, de acordo com a delegada Fernanda Félix, titular da Deam.

"Aparecer em locais que a vítima costuma frequentar, telefonar insistentemente, entregar presentes indesejáveis, deixas mensagens por SMS ou redes sociais, enviar cartas, tudo isso pode ser caracterizado como um stalking. A lei entrou em vigor dia 1º abril e não se aplica para fatos anteriores, mas se a vítima já sofria perseguição antes, e continua sofrendo, ela pode e deve registrar o boletim de ocorrência", explicou Fernanda.

A pena para o crime de perseguição varia de 6 meses a dois anos de detenção e multa, mas se for comprovado que o crime foi cometido contra uma mulher, por razões da condição do sexo feminino, a pena pode aumentar para nove meses a três anos de prisão.

Casos na Capital - Dos quatro casos já registrados em Campo Grande, dois deles foram neste último domingo (4). Após seis anos casados e com dois filhos, uma mulher de 32 anos separou do marido, de 35 anos, há um ano, mas mesmo assim segue sendo perseguida por ligações e mensagens de texto. Conforme o depoimento da vítima, o ex-marido envia inclusive mensagens de cunho sexual, mesmo ela pedindo para ele não fazer isso.

O outro caso é de uma jovem de 20 anos, que terminou o namoro, com um homem de 22 anos, cerca de três semanas atrás. O rapaz não aceita o fim da relação, que durou apenas sete meses. Tentando reatar o namoro, o homem chega a ligar mais de quatro vezes por dia para a ex e a perseguindo pelas redes sociais, apesar de ser bloqueado em todas as mídias.

Em ambos os casos as vítimas não quiseram representar criminalmente contra os autores, mas solicitaram medidas protetivas de urgência à polícia. Para registrar casos de perseguição basta procurar a delegacia mais próxima a sua residência, ou solicitar ajuda pelo telefone 190.

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