Suspeitos de execução a mando do PCC são soltos um mês após prisão
Três mulheres e um homem foram liberados porque prisão temporária não foi convertida em preventiva
Um mês após terem sido presos, Olga Julio Carneiro Cunha Delgadilho, 22 anos, Carla Vitória Carneiro Cunha Delgadilho, Juliene Carneiro Cunha e Karlo Aristil de Oliveira Legal foram colocados em liberdade. Os quatro são suspeitos de envolvimento na execução a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital) de Aparecido Donizete Martins, 63 anos, conhecido como “Branco”, e Naique Matheus Sotarelo Martins, 28 anos.
O crime aconteceu em 25 de outubro do ano passado na conveniência das vítimas na Rua Paraisópolis, Vila Santo Eugênio, em Campo Grande. Investigação da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) apontou que o crime teria sido ordenado a mando da facção porque as vítimas estariam atrapalhando o comércio de drogas na região.
Juliene foi apontada como “gerente” de um ponto de tráfico de drogas. A conveniência que pertencia a ela e fica na mesma rua do comércio da vítima estaria sendo usada como fachada para justificar a movimentação de usuários no local. As outras duas mulheres são filhas da suspeita e estariam envolvidas nos crimes. Karlo seria um dos integrantes da facção. Todos tiveram a prisão preventiva decretada em dezembro do ano passado.
No entanto, a prisão não foi convertida em flagrante. Com isso, 30 dias depois eles tiveram a liberdade concedida pelo delegado José Roberto de Oliveira Júnior. De acordo com o responsável pela investigação, a prisão temporária tinha o prazo de 30 dias e já havia vencido.
As três mulheres então foram soltas, após exame de corpo de delito. Já Karlo, apontado como "chefe" de Juliene, continuou na cadeia por estar preso por outros motivos. No entanto, o duplo homicídio segue sendo investigado.
Investigação – A investigação da DHPP apontou que as vítimas foram executadas a mando do PCC por estarem atrapalhando a venda de drogas na região. Conversas dos dois homens com membros da facção foram encontradas no celular de Naique e mostraram que ambos seriam “simpatizantes e colaboradores da facção”, por isso possuíam informações sobre os procedimentos, hierarquia e, talvez, “por conta dessa proximidade” tenham sido “julgados com tanto rigor” após diversas conferências. Eles participaram de diversas conferências com os criminosos.
Em uma das ligações, Aparecido reclamou que Juliene acionava os “irmãos”, o “geral” e o “corre na linha” do PCC para resolver os problemas que enfrentava com os dois através das regras impostas pelo grupo criminoso. A mulher teria relatado aos membros da facção que Naique e Aparecido estariam causando confusões com ela e suas filhas e alguns de seus “ninjas do tráfico”, que ela chama de “meninos”, e, inclusive, o rapaz teria “caguetado” sua conveniência à polícia. Fato negado pelas vítimas aos integrantes da organização criminosa.
Juliene ficou apontada como “gerente” de um ponto de venda de drogas e a conveniência dela seria apenas fachada para justificar a movimentação de usuários no local. As diligências mostraram também que ela não agia sozinha e usava adolescentes para fazer “o corre” e as duas vítimas estariam causando “problemas” para ela.
Já Karlo quem Juliene acionou pedindo ajuda para resolver as desavenças com Naique e Aparecido. Ainda segundo as investigações, ao menos 50 pessoas teriam envolvimento no crime, fora os executores e outras pessoas que ainda não foram executadas.
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