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Tentando retomar autonomia, avó de Yago pede ajuda para abrir portas de trailer

Em 2017, Yago foi centro das atenções ao continuar sendo gerado, por dois meses, após a mãe ser diagnosticada com morte cerebral

Aletheya Alves | 04/02/2021 06:35
Adriana quer retomar trabalho em trailer com venda de lanches. (Foto: Silas Lima)
Adriana quer retomar trabalho em trailer com venda de lanches. (Foto: Silas Lima)

Quase quatro anos após o nascimento de Yago Souza Sodré de Noronha, Adriana de Souza Avalos, aos 48 anos, sonha em retomar a autonomia para ela e o neto, que foi centro das notícias antes mesmo de nascer em março de 2017. O pequeno foi o 35º caso no mundo inteiro ao continuar sendo gerado, por dois meses, após a mãe ser diagnosticada com morte cerebral.

Hoje, ainda morando no bairro Vivendas do Parque, Adriana olha para o trailer em frente de casa com os pés no chão. Antes da filha Renata Souza Sodré, de 22 anos, morrer, a família estava com as portas abertas para vendas de lanches e se preparando para produzir marmitas.

Desde então, no dia 27 de janeiro de 2017, quando Renata deu entrada no hospital, os utensílios foram deixados de lado e o trailer fechado. Hoje, vivendo apenas de doações e auxílio do governo, Adriana pede ajuda não apenas para fraldas, leite, frutas e verduras para Yago, mas para tomar de volta o trabalho retirado pelo destino.

Ainda sem poder sair de casa e buscar serviço fora devido ao quadro de Yago, que precisa de atenção e cuidados específicos, a avó conta que já deu início às vendas com refrigerantes.

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Agora a gente vai vender lanche. O sonho vai ser retomado, estava fechado desde que ela faleceu", diz Adriana de Souza Avalos.

Para realmente dar continuidade, ela pede mais uma vez pela ajuda de quem tiver condições. “Antes era difícil porque não tinha como cuidar dele tão pequeno e ainda fazer as coisas. Se o pessoal puder ajudar com alguma coisa no trailer, para a gente começar”.

Doações e ajuda - Com apenas duas pessoas fixas ajudando Yago, Adriana diz que o movimento de doações é muito instável. “Agora no final do ano a gente ganhou bastante coisa, mas tem época que não recebemos nada. Ele recebe um auxílio do governo e minha outra filha o Loas (Lei Orgânica de Assistência Social), nunca faltou nada básico, mas fruta e verdura eu não consigo comprar. Temos ele e outra criança pequena também”, diz.

Além de comida, Yago também precisa de dois remédios que são comprados pela avó. “Com ajuda, a gente tem consigo ir. Ele consegue falar vovó, tia, só precisa de mais auxílio”, explica. Sobre os tratamentos médicos, Adriana explicou que Yago é acompanhado por especialista gastrointestinal, neurologista, pneumologista e fisioterapeuta.

O problema é que o menino precisa de mais sessões com fisioterapeuta para conseguir se desenvolver melhor. “Falaram que se ele tiver mais tempo, consegue andar. Meu sonho é ver ele andando, indo para escola. E falar é a mesma coisa, ele precisa de um fonoaudiólogo”, Adriana relata.

Para qualquer tipo de doação é necessário apenas entrar em contato com Adriana pelo número (67) 99296-3387.

A avó Adriana e Yago, em 2017. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
A avó Adriana e Yago, em 2017. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

História rara -  Yago nasceu no dia 31 de março de 2017, com 27 semanas e por parto cesárea. A mãe, Renata, foi diagnosticada com morte cerebral após sofrer AVC hemorrágico. Na época, a mãe estava entrando na 17ª semana de gestação e com decisão da equipe médica e da família, ela foi mantida viva para que Yago pudesse nascer.

Logo que nasceu, o menino teve um problema respiratório e foi entubado. Com isso, pegou três infecções, além de fazer cirurgias de hérnia, no olho e no coração. Hoje, Yago tem Síndrome do West, que é um tipo grave de epilepsia, broncodisplasia, uma doença que gera necessidade de assistência respiratória, e cardiopatia, uma anomalia na estrutura do coração.

Sonho de Adriana é ver Yago andando. (Foto: Silas Lima)
Sonho de Adriana é ver Yago andando. (Foto: Silas Lima)


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