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Capital

Tetraplégico após queda em parque reclama de pensões atrasadas

Parque foi condenado em julho a pagar indenização e agora quer que novo recurso seja julgado pel STJ

Por Lucas Mamédio | 01/10/2024 16:54
Advogado junto com Mauro, que está acamado, acompanhado da esposa e filha da vítima (Foto: Divulgação)
Advogado junto com Mauro, que está acamado, acompanhado da esposa e filha da vítima (Foto: Divulgação)

O drama que começou na tarde do dia de 19 de janeiro de 2020 na vida de Mauro Apparecido Moris Netto, de 47 anos, ainda não acabou. Foi neste fatídico dia que o ex-motorista de aplicativo sofreu um acidente no parque aquático Ecopark, em Campo Grande, e ficou tetraplégico.

Ele escorregou de um tobogã e tentou desviar de três crianças, mas bateu com a cabeça no fundo da piscina. Agora trava uma batalha judicial contra o parque aquático para receber uma indenização.

Por unanimidade, os desembargadores da 5ª Câmara Cível de Campo Grande condenaram o parque a indenizar Mauro. Com isso, o Ecopark terá de pagar R$ 100 mil em danos morais e mais R$ 200 mil pelos danos estéticos ao motorista de aplicativo, bem como R$ 50 mil pelo dano moral indireto a cada um dos dois filhos de Mauro e para a esposa do homem.

Antes disso, havia apenas uma liminar que determinava o pagamento da pensão no valor de R$ 2,4 mil e hoje (1º) houve a decisão do pagamento de indenização.

Porém, até o momento, Mauro não viu a cor do dinheiro. Isso porque a defesa aguarda a resposta de um recurso junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), para que este aprecie se o Superior Tribunal de Justiça (STJ), pode julgar o processo.

Conforme o advogado Eduardo Lemos Barbosa, que é especialista em indenização e atua na defesa de Mauro, essa estratégia do parque não faz sentido e é “desumana”.

“Não faz sentido eles protelarem o pagamento da indenização, porque o valor é quatro vezes mais que este que está no processo por conta dos juros e multas. Quanto mais demora, mais caro vai ficar pra eles”, disse ele.

Além do não pagamento da indenização, Mauro reclama do modo como a pensão está sendo paga. “Hoje, por exemplo, é dia 1º e eu ainda não recebi o pagamento de setembro. Tem vezes que atrasa mais de dois meses”, disse ele.

Conforme Mauro, os atrasos atrapalham sua vida financeira. “Se você olhar, meus cartões estão todos atrasados, tenho que negociar direto”.

O Campo Grande News entrou em contato com o departamento jurídico do Ecopark por e-mail e pelo WhatsApp e a resposta foi que "neste momento, o Ecopark não tem interesse em se manifestar sobre o caso mencionado".

Caso – Na tarde do dia 19 de janeiro de 2020, Mauro caiu de um tobogã no parque e bateu a cabeça no fundo da piscina. Na ocasião, o motorista de aplicativo foi levado às pressas para a Santa Casa, onde recebeu o diagnóstico de tetraplegia.

Na época, a esposa Mauro contou que ele estava brincando com a filha caçula de 8 anos quando aconteceu o acidente. Uma outra pessoa que estava no parque ajudou o motorista de aplicativo ,que ficou se debatendo e sangrando no fundo da piscina. Juliana da Silva Moris chegou a dizer que houve demora no socorro, já que não havia médico ou outro profissional especializado no local.

Em julho daquele mesmo ano, uma decisão em caráter liminar determinou que o parque pagasse a pensão de R$ 2,4 mil ao motorista de aplicativo com multa de R$ 1 mil por dia em caso de não cumprimento. A determinação saiu após a defesa de Mauro entrar com ação de indenização por danos morais.

O parque chegou a entrar com recurso, mas os desembargadores decidiram na época por manter a determinação do juiz de 1º grau, Thiago Nagasawa Tanaka.  Porém não houve sentença para o pagamento da indenização pelos danos morais e estéticos.

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