Toque de recolher muda para 21h no fim de semana e restaurantes vão poder abrir
Quando expectativa era por medidas mais restritivas, ampliação foi anunciada pelo prefeito
Restaurantes de Campo Grande estão autorizados a receber clientes no fim de semana, a partir do próximo sábado (1º). A medida foi anunciada pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), na tarde desta quarta-feira (29), assim como a ampliação do toque de recolher no sábado e domingo, agora a partir de 21h.
Segundo ele, a mudança tem por objetivo diminuir o número de motociclistas atendendo por delivery e, consequentemente, as chances de acidentes de trânsito, responsáveis por grande parte da ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
“Os acidentes de motos aumentaram 58% dentro de Campo Grande. Questionaram que nós tínhamos fechado os restaurantes, ficou só o delivery, então cresceu a contratação de motociclistas”, argumentou Marquinhos durante live em seu perfil oficial no Facebook.
Pela lógica de Marquinhos, com a liberdade para irem até os restaurante, os clientes usarão menos o serviço de delivery, as entregas vão cair, reduzindo os riscos de acidentes e também a necessidade de internações de pacientes com politraumatismos. Dessa forma, mais leitos estariam disponíveis para atender pacientes covid-19.
“Os restaurantes vão estar autorizados a funcionar para ver se, com o funcionamento , a gente diminui um pouco o serviço de delivery e, ao invés de pedir em casa, as pessoas vão até o restaurante”, explica o líder do executivo municipal.
A medida está entre as mudanças que devem ocorrer a partir deste fim de semana, após dois sábados e dois domingos de uma versão bem branda de “lockdown”. Com isso, ao invés de apenas atenderem por delivery, os restaurante agora poderão servir clientes até às 21h.
Em contrapartida, Marquinhos garantiu que outras medidas de segurança devem ser adotadas, como por exemplo, o reforço na fiscalização de trânsito.
“A blitz é necessária porque o número de pessoas pilotando motos sem ter CNH é assustador. Quando abordamos, na maioria das vezes, eles falam que é o ‘bico’ e que foi a única maneira que encontrou para sustentar a família. Tem pessoas que pegam a moto da cunhada, do vizinho e estão fazendo esses bicos de delivery sem CNH. Essas pessoas, por não terem intimidade com a moto, passam a ter alto índice de queda e ir parar no leito de UTI”, ressalta Marquinhos.
As mudanças previstas para o próximo fim de semana devem ser oficializadas por meio de decreto, com previsão de publicação para esta sexta-feira (30).
Ocupação UTIs – Ainda na live, Marquinhos destacou que, dos 274 leitos de UTI, na Capital, 234 estão ocupados, restando apenas 40 leitos na rede pública de saúde. Do total de ocupações, 40% atendem vítimas do novo coronavírus, enquanto 37% estão ocupados por pessoas que sofreram algum tipo de trauma, resultado de acidentes de trânsito ou lesões corporais.
Ainda segundo ele, os outros 23% referem-se a pessoas que sofreram algum tipo de causa natural, podendo ser problema cardíoco, infarto, derrame cerebral, entre outros.