Trio que matou amigo queimado é denunciado e caso ganha 1ª audiência na Justiça
Ricardo Ventura Barbosa foi encontrado no dia 10 de agosto, enterrado em um “lixão” do bairro
Testemunhas do assassinato de Ricardo Ventura Barbosa, de 38 anos, encontrado enterrado em um “lixão”, no Jardim Colibri, começam a ser ouvidas na Justiça em dezembro. A primeira audiência sobre o caso foi marcada após o Ministério Público estadual denunciar três pessoas pelo crime.
Com base nas investigações da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), Carina Barbosa dos Santos, a Tumy, de 30 anos, Rafael de Almeida Freitas, o Nenê, de 32 anos, e Flávio da Silva Siqueira, conhecido como Flavinho, de 30 anos, mataram e ocultaram o corpo de Ricardo em agosto do ano passado.
Agora, a Justiça tenta reunir indícios que confirmem as investigações, para assim, os três denunciados serem submetidos a júri popular.
Consta na denúncia do Ministério Público, que Ricardo fazia entregas de droga para Carina e Rafael. O casal controlava o tráfico de drogas no Colibri e era conhecido em toda a região pela violência e crueldade com aqueles que não quitavam suas dívidas. Flávio era segurança das bocas de fumo dos dois.
Segundo testemunhas, Ricardo também trabalhava para os traficantes. As investigações da delegacia especializada revelaram que ele teria recebido a missão de levar pasta base de cocaína a alguns clientes, mas não cumpriu a ordem e não devolveu a moto emprestada pelos “patrões” para fazer as entregas. Por causa disso, Carina, Rafael e Flávio foram até a vítima “tirar satisfação”.
Neste encontro, Rafael esfaqueou Ricardo várias vezes e Carina ainda atirou contra ele. Após o assassinato, Flávio arrastou o corpo por pelo menos 30 metros até uma área insalubre, com bastante entulhos, ainda no Jardim Colibri, ateou fogo no corpo e enterrou a vítima.
Ricardo foi visto pela última vez em 30 de julho. Um boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado pela família dele no dia 3 de agosto, mas só no dia 10, após várias buscas, a polícia descobriu que de fato os boatos sobre sua morte eram verdadeiros.
Neste dia, Luís Ricardo Ferreira dos Santos, de 35 anos, que morava com a vítima, procurou a delegacia e assumiu a autoria do crime. Ele chegou a ser preso e levou os investigadores até o local em que o corpo do amigo estava enterrado. As investigações, no entanto, já apontavam para a participação dos traficantes.
Em depoimento, Luís Ricardo chegou a contar que matou o amigo após uma discussão banal, que começou depois que ele se fez um comentário sobre o relacionamento de Ricardo. Mais tarde, confessou que assumiu o crime a mando dos traficantes, todos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Carina, Rafael e Flávio foram presos em outubro deste ano, por força de mandados de prisão temporária. Na data, acabaram flagrados com uma pistola, 91 gramas de cocaína, 14 gramas de maconha e R$ 4.211,15 mil em dinheiro, além de 15 munições. Por isso, também foram atuados por tráfico.
Hoje, apenas Flávio permanece preso como autor do assassinato. Rafael está no presídio por conta do flagrante das drogas e sua mulher, Carina, está em liberdade.
Ao aceitar a denúncia contra os três suspeitos, o juiz responsável pelo caso, Aluízio Pereira dos Santos, da 2° Vara do Tribunal do Júri, marcou a primeira audiência do caso para ouvir as testemunhas de acusação do crime. As pessoas listadas pela defesa e os próprios autores ainda não possuem data para falar em juízo.