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Capital

Um terço das testemunhas falta em audiência sobre “tribunal do PCC”

Sete pessoas são acusadas pelo crime que envolve conflito entre facções rivais Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho

Guilherme Henri e Geisy Garnes | 04/05/2018 17:26
Réus durante julgamento nesta tarde no plenário do tribunal do júri (Foto: Fernando Antunes)
Réus durante julgamento nesta tarde no plenário do tribunal do júri (Foto: Fernando Antunes)

Um terço das testemunhas que deveriam ser ouvidas na primeira audiência sobre a morte de Rudnei da Silva Rocha, o “Babidi”, 22 anos, faltaram ou justificaram ausência. No total seriam ouvidas 22 pessoas, porém oito não compareceram. Destas, sete foram dispensadas pela defesa e MPE (Ministério Público Estadual).

“Babidi” foi decapitado após "julgamento" feito pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) nos dias 6 e 7 de outubro do ano passado, em Campo Grande.

A primeira audiência ocorre no plenário do tribunal do júri e conta com a presença de seis dos sete acusados de envolvimento com o crime.

A escolta foi reforçada para receber os réus Lucas Carmona de Souza, 20 anos, Valdeir Lourenço, 44 anos, Rodrigo Roberto Rodrigues, 18 anos, Roberto Railson Maia da Silva, 21 anos, Cristina Gomes Nogueira Rodrigues, 31 anos, Mike Davison Medeiros da Silva Lima, 19 anos.

A sétima envolvida Ayumi Chaves da Silva, 21 anos, está foragida. Ela cumpria prisão domiciliar pelo crime, com tornozeleira eletrônica, mas fugiu.

Até às 17h, pelo menos 14 testemunhas foram ouvidas. Entre elas está o irmão da vítima, que se emocionou ao entrar na sala. Na sequência ele pediu ao juiz que retirassem os acusados da sala, pois não estava passando bem.

Irmão da vítima pediu que acusados fossem retirados durante seu depoimento (Foto; Fernando Antunes)
Irmão da vítima pediu que acusados fossem retirados durante seu depoimento (Foto; Fernando Antunes)

Decapitado - Segundo a denúncia, nos dias 6 e 7 de outubro do ano passado, na Rua Internacional, no Jardim Santa Emília, os acusados mantiveram a vítima em cárcere privado até que fosse feito o julgamento dela pelo tribunal do crime. Rudnei foi condenado e decapitado porque era traficante de drogas e integrante do PCC, porém teria se filiado ao Comando Vermelho, facção rival.

Para executar o crime, Ayumi e Valdir Lourenço cederam suas casas para que o julgamento do rapaz fosse realizado. Rodrigo Roberto e Cristiane levaram Rudnei até o local, enquanto Lucas e Mike foram os responsáveis por contê-lo. Após o encerramento do julgamento conduzido por Cristiane, em conferência com outros integrantes do PCC, determinou-se a execução do rapaz.

Na ocasião, Roberto levou Rudnei amarrado até o banheiro e lá mandou que ele deitasse no chão, com a cabeça dentro do box e as pernas em direção à porta. Enquanto a vítima tentava reagir, mesmo com as mãos e os pés amarrados, foi segurada por Rodrigo e decapitada.

Na sequência, os dois deixaram o corpo enrolado em um cobertor com a cabeça decepada ao lado em uma estrada vicinal da região do Bairro Indubrasil. A ré Cristiane também é acusada de corrupção de uma adolescente de 17 anos que participou do crime emprestando a sua casa para que fosse realizado o julgamento, que ocorreu em vários locais para não levantar suspeita da vizinhança.

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