Homem decapitado foi vítima do tribunal do PCC, segundo a polícia
Sob acusação de pertencer à facção rival CV (Comando Vermelho), José Carlos foi sequestrado junto com o filho de 16 anos, segundo investigação
O homem que foi decapitado e teve o corpo jogado na cachoeira do Céuzinho, na última terça-feira (28), foi sequestrado junto com o filho de 16 anos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) no dia 18 deste mês. Sob acusação de pertencer à facção rival CV (Comando Vermelho), José Carlos Louveira Figueiredo, 41 anos, foi condenado à morte e o filho dele 'absolvido', segundo a investigação da polícia.
Conforme a Polícia Civil, a vítima e os dois filhos de 16 e 8 anos frequentavam uma clinica de recuperação de dependentes químicos, que fica em uma chácara no km 459 da BR-163, em Campo Grande. No dia 18, a responsável pelo local ligou para a família de José Carlos informando que a vítima e o seu filho mais velho tinham sido sequestrados por vários homens no Bairro São Conrado, após saírem da clínica, por questões envolvendo drogas. Tanto o pai quanto o filho de 16 anos eram dependentes químicos. O menino mais novo acompanhava os dois nas idas à clínica.
A família de José Carlos, então, procurou a Polícia Civil e registrou boletim de ocorrência por desaparecimento. Dias depois, o adolescente foi localizado e informou que seu pai havia sido executado a tiros. Ele relatou à polícia, que os dois foram sequestrados por pelo menos seis homens. Eles ficaram em poder da facção criminosa por cerca de cinco dias. Durante esse período, os dois foram levados para quatro imóveis diferentes, onde permaneciam amarrados e vigiados.
No dia 23, José Carlos foi condenado à morte pelo tribunal do crime. O filho dele foi absolvido e solto desde que não contasse nada a ninguém. O adolescente relatou ainda que não viu a execução do pai, mas ouviu os tiros. Em seguida, os acusados sumiram com o corpo. Na tarde do dia 28, o corpo da vítima foi encontrado na Cachoeira do Céuzinho, que fica na saída para Rochedo. O caso está sendo investigado pela DEH (Delegacia Especializada em Homicídios). Três suspeitos pelo crime já foram identificados.
As facções PCC e CV são inimigas e têm origem distintas: o PCC veio dos presídios de São Paulo e o CV das penitenciárias do Rio de Janeiro. As duas se espalharam pelo país, e por Mato Grosso do Sul, com a troca de presos entre as unidades prisionais e também com a atuação das quadrilhas nas regiões fronteiriças, em buscas de drogas, armamento e ainda por meio da lavagem de dinheiro.