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Capital

Decapitado foi sequestrado um dia depois de sair de clínica de reabilitação

Sequestro foi descoberto depois que o filho mais novo de José Carlos procurou ajuda por estar sozinho em casa desde o dia anterior

Bruna Kaspary e Viviane Oliveira | 30/11/2017 12:50
Corpo foi encontrado próximo à cachoeira (Foto: Paulo Francis)
Corpo foi encontrado próximo à cachoeira (Foto: Paulo Francis)

José Carlos Louveira Figueiredo, 41 anos, e o filho de 16 foram sequestrados um dia depois de terem saído de uma clínica de reabilitação, de acordo com a proprietária do estabelecimento. O caso foi descoberto depois de que o filho mais novo de José procurou ajuda de um conhecido por estar sozinho em casa há um dia.

Segundo a pastora Sheyla de Fátima Matheus, 34, que gere a clínica, José permaneceu no local junto com os filhos, de 16 e 8 anos de idade, para tratamento por 21 dias. "Ele e o mais velho faziam tratamento aqui, mas as crianças não dormiam no alojamento, ficavam em um quarto separado. O pequeno não tinha para onde ir", explica.

José Carlos pediu desligamento do centro no dia 17 de novembro, e no domingo a pastora recebeu uma ligação de uma pessoa que já tinha feito tratamento. "Ele dizia que a criança estava desesperada, porque estava em casa sozinha desde o dia anterior, que tinha dormido sozinha".

Clínica onde José Carlos e os filhos ficaram abrigados por 21 dias (Foto: André Bittar)
Clínica onde José Carlos e os filhos ficaram abrigados por 21 dias (Foto: André Bittar)

O desaparecimento - José e o filho mais velho desapareceram, deixando o menino de oito anos sozinho em casa. Quando Sheyla foi acionada, ela foi até o local onde o garoto estava e percebeu a situação degradante da casa. "Nem telhado tinha lá, ele estava completamente abandonado".

A partir de então ela abrigou a criança de volta na clínica e passou a tentar contato com familiares dele. "Na quarta-feira [22] o mais velho apareceu aqui, mas estava bastante estranho, foi ele que me mostrou a casa de uma tia, e comecei a procurar por ela", explica.

"O menino não falava nada, estava bem estranho, depois eu descobri que ele não queria que acionasse os parentes paternos porque tem policiais na família, então ele estava com medo", explica a pastora. Para ela, o adolescente não chegou a dizer que tinha sido sequestrado, apenas auxiliou na localização dos familiares.

Quando localizada a família, os dois puderam sair da clínica, onde estavam abrigados. "Eu pensava mesmo é no mais novo. Se eu acionasse o Concelho Tutelar, iriam separar os dois", acrescenta Sheyla.

O Crime - No dia 23, José Carlos foi condenado à morte pelo tribunal do crime. O filho dele foi absolvido e solto desde que não contasse nada a ninguém. O adolescente relatou ainda que não viu a execução do pai, mas ouviu os tiros. Em seguida, os acusados sumiram com o corpo. Na tarde do dia 28, o corpo da vítima foi encontrado na Cachoeira do Céuzinho, que fica na saída para Rochedo.

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