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Capital

UTI lota porque muitos enchem "a caraminhola de cachaça", reclama Secretário

Campo Grande atingiu a maior taxa de ocupação de leitos de UTI, apesar de ativação de leitos na última semana

Ângela Kempfer | 22/07/2020 11:33
Geraldo Resende e secretária-adjunta durante live na manhã desta quarta.
Geraldo Resende e secretária-adjunta durante live na manhã desta quarta.

Epicentro da covid-19 hoje em Mato Grosso do Sul, Campo Grande caminha rumo aos piores números da doença no Estado, superando dia a dia outros municípios com surtos da doença desde o início da pandemia.

Apesar da ativação de mais 10 leitos na Santa Casa ontem e 5 no Hospital do Pênfico, além da transferência de pacientes não-covid do Hospital Regional para a rede particular, a Capital atingiu hoje a taxa de 94% de leitos ocupados em Unidades de Terapia Intensiva do SUS.

Segundo o secretário de Saúde, Geraldo Resende, 50% das pessoas que estão ocupando esses leitos não têm a doença ou ainda são consideradas apenas suspeitas para coronavírus.

Na Santa Casa, por exemplo, do total de leitos, hoje cerca de 80% são ocupados por pacientes que não tem covid.

Na avaliação dele, isso significa que os decretos para reduzir a movimentação na cidade, como toque de recolher de 20h às 5h, não estão surtindo efeito. Geraldo reclama de quem insiste em seguir a rotina como se nada estivesse ocorrendo, inclusive, lotando bares, o que aumenta o risco de acidentes, principalmente, entre motociclistas.

"Muitos, apesar dos decretos, estão levando a vida normal, não cumprem toque de recolher, frequentam bares e botecos, enchendo a caraminhola de cachaça e sofrendo acidentes", reclamou.

Nesta quarta-feira, mais 928 casos positivos foram incorporados aos dados de Campo Grande, quase 40 por hora. Na cidade, 6 pessoas morreram desde ontem.  A Capital já soma 7.348 contaminados e 79 mortos.

No fim de semana, a prefeitura de Campo Grande passou a adotar novas medidas de restrição para diminuir a movimentação de pessoas nas ruas. Fechou a maior parte do comércio aos sábados e domingos e reduziu o horário de funcionamento de segunda a sexta.

Mesmo assim, as taxas de isolamento seguem baixas. Na segunda-feira foi de apenas 29% e ontem teve um leve acréscimo, para 34,70%,

O domingo que integrou o primeiro período de “lockdown de fim de semana” em Campo Grande registrou taxa de isolamento de 49,30%, melhora em relação ao resultado de sábado, que foi de 43%, mas apenas 3 pontos percentuais maior que no domingo anterior.

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