Vacina da dengue leva famílias inteiras aos postos
Aumento do público-alvo passou a valer a partir desta quinta-feira para pessoas entre 4 e 59 anos
Nas primeiras horas desta quinta-feira (16), dia em que passou a valer a aplicação de doses da vacina contra dengue para pessoas entre 4 e 59 anos, os postos de saúde de Campo Grande registraram intenso movimento, com procura de famílias inteiras atrás do imunizante.
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Na quinta-feira (16), começou a vacinação contra a dengue em Campo Grande, abrangendo pessoas de 4 a 59 anos. O movimento nos postos de saúde foi intenso, com muitos buscando a imunização após a ampliação da faixa etária. A prefeitura disponibilizou 16 mil doses da vacina Qdenga, com a imunização sendo temporária. A vacinação é especialmente relevante em Mato Grosso do Sul, onde se espera um aumento significativo de casos de dengue em 2025, impulsionado por fatores como o El Niño e a circulação do sorotipo 3. Em 2024, Campo Grande já registrou mais de 12.000 casos de dengue, destacando a necessidade de cuidados contínuos na prevenção da doença.
Na USF (Unidade de Saúde da Família) 26 de agosto, o que não faltou foram pessoas dizendo que a mudança do público-alvo “demorou”, pois queriam ter se vacinado há muito tempo.
À reportagem, o funcionário público Rogério Romeiro, de 37 anos, era um dos que estavam ansiosos pela imunização. Acompanhado da esposa, ele contou que fez uma “peregrinação” para encontrar doses disponíveis. Primeiro foi às unidades de saúde nos bairros Coronel Antonino e Estrela do Sul, mas foi informado que os imunizantes reservados ao novo público já haviam esgotado.
“A gente procura tomar o máximo de cuidado. Cuidamos água parada e essas coisas. Acho que a vacinação é um complemento. Viemos aqui na 26 de agosto e finalmente pudemos ser vacinados”, disse.
Apesar de agora contar com mais esse reforço para evitar a forma mais grave da doença, afirmou que o cuidado não deve ser só individual, mas sim, coletivo. “As pessoas precisam continuar cuidando dos terrenos e quintais para evitar o surgimento da doença”, destacou.
Da mesma forma aconteceu com o produtor rural Jean Paul Huang, de 51 anos, que estava acompanhado da esposa e dos dois filhos, de 15 e 16 anos. Pessoas próximas a eles já contraíram a doença e, mesmo não tendo sido da forma mais agressiva, viu o quão dolorosos são os sintomas.
“Viemos assim que soubemos da notícia. Eu acredito que veio em um bom momento essa vacinação, inclusive poderiam ter aberto antes. Se tivesse disponibilidade antes a gente já teria tomado. Em casa a gente coloca mosqueteira e sempre nos precavemos”, contou.
Já a babá Daiane Menezes, de 31 anos, relatou que estava na unidade de saúde para acompanhar a criança que cuida, e que iria tomar vacina contra a covid-19. No local, descobriu junto da patroa que o imunizante contra a dengue estava disponível e não pensou duas vezes em querer tomar.
“É uma coisa muito boa terem ampliado a faixa etária para os adultos, porque os sintomas são bem doloridos. Minha mãe já teve dengue e sei bem como é”, pontuou.
Enquanto durar o estoque – De acordo com a Prefeitura de Campo Grande, a imunização para esse novo público é temporária e serão disponibilizadas 16 mil doses da vacina Qdenga nas 74 unidades de saúde da Capital.
Menores de 18 anos precisam estar acompanhados de um responsável legal. É necessário portar documento de identificação com foto e, se possível, carteirinha de vacinação.
A vacinação contra a dengue se torna especialmente importante em Mato Grosso do Sul, porque o Ministério da Saúde projeta um aumento significativo no número de casos da doença no Estado em 2025. O El Niño e a circulação do sorotipo 3 intensificam as preocupações para o período de verão.
Em 2024, Campo Grande registrou mais de 12.000 casos notificados de dengue, com um óbito associado à doença. Até ontem (15), já tinham sido notificados 119 casos em 2025.
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